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Morgan Stanley ainda vê risco de recessão menor que 50%

A queda das ações americanas as deixou com preços mais justos, mas que o S&P 500 precisaria cair para cerca de 3 mil pontos para refletir plenamente o efeito de uma contração econômica

Morgan Stanley: não é o nosso cenário base, é o nosso cenário pessimista (reuters/Reuters)
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Bloomberg

Publicado em 23 de junho de 2022 às 18h06.

Última atualização em 23 de junho de 2022 às 18h14.

Mike Wilson, do Morgan Stanley, um pessimista do mercado de ações que previu a liquidação deste ano, ainda não está pronto para se juntar ao crescente coro de vozes proeminentes de Wall Street que dizem que uma recessão nos Estados Unidos é inevitável.

“Não é o nosso cenário base, é o nosso cenário pessimista”, disse o estrategista-chefe de renda variável do banco de investimentos à Bloomberg Television. “Ainda não chegamos lá.”

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No início desta semana, participantes do Fórum Econômico do Catar, desde o CEO da Tesla Elon Musk ao economista Nouriel Roubini, alertaram que a maior economia do mundo caminha para uma recessão. E Jamie Dimon, chefe do JPMorgan, disse aos investidores no início de junho para se prepararem para um “furacão” econômico em meio a uma combinação sem precedentes de desafios.

“Sem dúvida, o cenário negativo aumentou em probabilidade”, disse Wilson na quinta-feira, referindo-se às chances de uma recessão. “Provavelmente é algo como 50% para o cenário base, 35% para o cenário pessimista e 15% para o cenário de alta.”

Wilson disse recentemente que a queda das ações americanas as deixou com preços mais justos, mas que o S&P 500 precisariacairpara cerca de 3 mil pontos para refletir plenamente o efeito de uma contração econômica, caso ocorra. Isso implicaria uma queda de cerca de 20% em relação ao fechamento de quarta-feira de 3.759,89.

Embora uma queda dessa magnitude suponha uma “recessão leve”, algumas condições financeiras continuam a sustentar a economia, segundo o estrategista.

“O sistema bancário está muito seguro”, disse ele. “Há muito capital, mesmo em empresas. O balanço do consumidor está em boa forma.”

Os principais estrategistas do Société Générale e do Goldman Sachs também alertaram recentemente para mais quedas à frente, já que as ações ainda não precificaram o risco de uma contração econômica.

“Queremos investir na queda de preços”, disse Wilson. “Mas achamos prematuro se o risco de recessão ainda estiver aumentando.”

Para investir, as empresas têm de ser rentáveis, disse. “A era de pagar pelo crescimento sem lucro, essa é uma tendência que não vai voltar.”

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