Copom: chances de corte na Selic e janeiro diminuíram (DNY59/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 09h48.
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic inalterada em sua última reunião de dezembro de 2025 gerou reações imediatas no mercado financeiro. Um levantamento pós-reunião da XP Investimentos, conduzido com 53 investidores institucionais, revela que o sentimento do mercado se tornou mais conservador, com uma redução significativa nas expectativas de corte de juros já em janeiro.
A declaração emitida pelo Copom foi amplamente interpretada pelo mercado como tendo um tom mais duro. Quase metade dos entrevistados, ou seja, 49%, classificou o comunicado como hawkish, ou seja, de tom restritivo em relação aos juros. Outros 38% o consideraram neutro e apenas 13% viram a declaração como dovish (branda).
Os investidores institucionais que participaram da pesquisa são, em sua maioria, gestores de portfólio, economistas e consultores. A maior parte dos respondentes atuam em gestoras de recursos (70%). O o grupo de traders e PMs (Portfolio Managers) foi o mais inclinado a ver o comunicado como hawkish, com 54%.
O maior destaque do relatório está na mudança das expectativas para a próxima reunião do Copom, marcada para janeiro. A aposta em um corte na taxa Selic diminuiu consideravelmente após o último comunicado de ontem.
Atualmente, 77% dos respondentes preveem a manutenção da taxa Selic , enquanto apenas 23% esperam um corte de 25 pontos-base (bp). Na pesquisa pré-Copom, a expectativa de manutenção era menor, em 64%. Essa consolidação na expectativa de estabilidade reforça o ceticismo do mercado em relação a um ciclo de flexibilização monetária mais rápido no curto prazo.
O estudo também mapeou a projeção dos investidores para a abertura do mercado no dia seguinte. O consenso é de um achatamento da curva de juros DI. O vencimento de janeiro de 2027 (Jan27) é esperado com alta de +3 bps. O vencimento mais longo, janeiro de 2031 (Jan31), deve registrar uma queda marginal de -1 bp.
Já para o câmbio, o mercado projeta uma ligeira apreciação do real de 0,2%. A maioria dos entrevistados (58%) espera que o real se valorize entre 0,1% e 1%.