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Melhor ter 50 mil acionistas do que 1, diz CEO sobre IPOs da Caixa

Planos de abertura de capital de subsidiárias como Caixa Seguridade e Caixa Cartões foram retomados, afirma Pedro Guimarães em entrevista à EXAME Invest

Guimarães: abertura de capital do banco digital, o Caixa Tem, também está nos planos (Caixa/Divulgação)

Guimarães: abertura de capital do banco digital, o Caixa Tem, também está nos planos (Caixa/Divulgação)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 5 de abril de 2021 às 06h00.

Última atualização em 5 de abril de 2021 às 21h42.

Pedro Guimarães, presidente da Caixa, estava em Nova York conversando com investidores sobre o IPO da Caixa Seguridade (o banco já havia feito o primeiro filling, ou registro, da unidade de seguros do banco) quando a pandemia atropelou seus planos. "Comecei a ver a bolsa americana caindo 10% por dia. A crise ainda não tinha chegado ao Brasil. Resolvi então cancelar a operação", disse em entrevista à EXAME Invest.

Passado mais de um ano do início da pandemia no país, os planos de abrir o capital de todas as subsidiárias da holding controladora do banco estatal estão sendo retomados. "Tenho autorização [para abrir o capital] de todas as subsidiárias. Não tenho da holding. Portanto, esse assunto [o IPO da própria Caixa] não é uma discussão", afirmou.

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Nas últimas semanas, começaram a circular no mercado notícias sobre o IPO do banco digital da Caixa, que é acessado por meio do app Caixa Tem. Guimarães confirma os planos, mas diz que a oferta pública inicial de ações dessa unidade está no final da fila.

A prioridade é a Caixa Seguridade, seguida pela operação de cartões (o banco tem participação de 33% na Elo), a asset e, por fim, o banco digital. "A Caixa Loterias é uma operação mais complexa. Não há tranquilidade jurídica para vender a operação. Se não for 100% pública, pode provocar discussões. Então, ela não está incluída na estratégia", afirma.

Já em processo de IPO, a Caixa Seguridade é a operação mais madura entre as subsidiárias do banco estatal. Saiu da sexta posição em seguro residencial e da terceira posição no seguro prestamista para a liderança em ambos os segmentos em um ano de pandemia.

Guimarães explica a estratégia. "Queremos abrir capital, seja onde for, para acelerar o crescimento dessas unidades de negócios. O intuito é realizarmos joint ventures, com governança. Isso porque, como uma empresa estatal, não temos como competir em tecnologia no mercado sem essas parcerias. É um passo lógico".

A listagem, diz o executivo, permite melhorar a governança do banco, além de ajudá-lo a crescer. "É uma forma de cobrar a gestão, já que 50 mil acionistas olhando é melhor do que um. A Caixa não tem hoje empresas listadas. Quando assumi o banco, ele estava desde 2016 sem balanço auditado ou era auditado com ressalvas. Quando começamos, rapidamente retiramos a ressalva", conta.

O diferencial perante os concorrentes, aposta Guimarães, é o ativo grande e único da holding, que consiste no pagamento de 30 milhões de benefícios sociais mensais.

"Criamos o banco digital em um momento crucial da pandemia. Mesmo nosso ativo mais recente já provou sua capacidade: o aplicativo Caixa Tem passou por 27 atualizações. É mais fácil receber pelo banco digital do que pelo banco. Prova é que existem mais chaves Pix cadastradas no banco digital."

Guimarães argumenta que a operação poderia ser feita por concorrentes nas grandes capitais, mas não em minúsculas cidades do interior do Brasil. "Temos 26 mil pontos de venda físicos e um perfil de cliente que muitos bancos não têm".

O executivo espera que o perfil de investidores das subsidiárias tenha maior participação do varejo do que outras ofertas de ações semelhantes. "As pessoas conhecem a marca. Por isso temos uma grande responsabilidade ao vender as operações. Pretendemos prometer e cumprir e, dessa forma, gerar confiança para o investidor", completa.

 

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