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Março traz riscos de ‘bear market’ nos EUA, diz Morgan Stanley

Os obstáculos para o mercado acionário dos EUA devem aumentar ainda mais em março, com as ações sob pressão de resultados corporativos fracos e “valuations” altos

Analistas fizeram uma pausa nos cortes de projeções de lucro para os próximos 12 meses, o que aumentou o otimismo dos investidores (ANGELA WEISS/Getty Images)
Bloomberg

Agência de notícias

Publicado em 27 de fevereiro de 2023 às 12h08.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2023 às 17h03.

Os obstáculos para o mercado acionário dos EUA devem aumentar ainda mais em março, com as ações sob pressão de resultados corporativos fracos e “valuations” altos, de acordo com estrategistas do Morgan Stanley .

“Dada a nossa visão de que a recessão dos lucros está longe de terminar, achamos que março é um mês de alto risco para a próxima queda das ações”, disseram em nota estrategistas liderados por Michael Wilson, primeiro colocado na pesquisa de investidores institucionais do ano passado, depois de prever corretamente a onda vendedora nas bolsas americanas.

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Analistas fizeram uma pausa nos cortes de projeções de lucro para os próximos 12 meses, o que aumentou o otimismo dos investidores, disse Wilson. No entanto, mercados baixistas normalmente apresentam um “achatamento” do cenário entre as temporadas de balanços trimestrais antes que a tendência de queda seja retomada, escreveu. “As ações tendem a descobrir isso um mês antes e negociar em baixa, e este ciclo ilustrou esse padrão perfeitamente.”

O S&P 500 acumula queda há três semanas em meio à preocupação de que a inflação persistente nos EUA reforce a perspectiva de mais aumentos dos juros pelo Federal Reserve. Essa baixa vem na esteira de um ganho de 17% em relação às mínimas de outubro, rali impulsionado pela expectativa de que o banco central dos EUA alivie a política de aperto monetário em breve.

“Com a incerteza nos fundamentos raramente tão alta, (padrões) técnicos podem determinar o próximo grande movimento do mercado”, disse Wilson, observando que o S&P 500 recuperou sua média móvel de 200 dias. “Achamos que este rali é uma armadilha para os ‘bulls’, mas reconhecemos que, se esses níveis puderem se manter, o mercado acionário pode ter uma última pausa antes de precificarmos totalmente a queda dos lucros.”

Para isso acontecer, os juros e o dólar precisam cair, disse. Caso subam, o suporte técnico deve falhar rapidamente, acrescentou.

O estrategista mencionou anteriormente que o mercado acionário deve atingir um fundo no segundo trimestre, com previsão de queda de 24% do S&P 500, para 3.000 pontos no primeiro semestre deste ano. Wilson também reiterou um alerta feito na semana passada, dizendo que os “valuations” das ações estão muito caros de uma forma geral.

Leia também: Acompanhe ao vivo a performance do Ibovespa hoje, 27/03.

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