MGLU3: papéis tem acumulado altas, sobretudo com a perspectiva de avanços macroeconômicos (Germano Lüders/Exame)
Repórter de Invest
Publicado em 21 de novembro de 2023 às 15h41.
Última atualização em 21 de novembro de 2023 às 18h40.
As ações da Magazine Luiza (MGLU3) amargaram a maior queda do Ibovespa nesta terça-feira, 21. No fechamento de hoje, os papéis da varejista recuaram 6,58%, cotados a R$ 2,13. Ainda assim, até o fechamento de ontem, a MGLU3 acumulava um ganho mensal superior a 70%.
À EXAME Invest, Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos, afirma que a queda da Magazine Luiza no Ibovespa hoje não tem um ‘driver’ específico que esteja pesando contra a varejista. “Acredito que isso é mais um movimento corretivo do papel”, afirma.
O especialista pontua, ainda, que desde o começo de novembro a MGLU3 tem acumulado altas, sobretudo com a perspectiva de melhoras no cenário macroeconômico brasileiro. “Muitas das posições compradas que vieram dos últimos dias aconteceram pela percepção de melhora do cenário macro. O pessoal está zerando as posições short no papel”, diz Costa.
Embora os papéis da Magazine Luiza tenham operado no vermelho no pregão desta terça-feira, na véspera a varejista fechou com alta de 2,70%. O motivo vai em linha com a explicação do analista da Toro Investimentos, visto que o Boletim Focus apresentou uma perspectiva de melhora na expectativa para a inflação deste ano.
Divulgado ontem, o relatório mostrou que a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, caiu de 4,59% para 4,555% neste ano. Um mês antes, a mediana era de 4,65%. Para 2024, a projeção caiu para 3,91%.
A meta de inflação estabelecida pelo governo para 2023 é de 3,25% e, para 2024, de 3%. No entanto, é a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para cima ou para baixo que fez ficar claro uma possível convergência entre o objetivo do governo e as projeções do mercado financeiro.
Vale pontuar que a relação entre a MGLU3 e o Boletim Focus, e outros indicadores macroeconômicos, deve-se à perspectiva de novos cortes na taxa Selic. Com a tendência de mais cortes na taxa básica de juros, a expectativa é que isso reflita em mais movimentações na economia, sobretudo na busca por crédito e consumo da população, bem como nos custos de capital de empresas varejistas.