Radar: mercado acompanha negociações do minério de ferro na China, que mostra queda acentuada e pode impactar mineradoras brasileiras (Thomas Peter/Reuters)
Repórter de finanças
Publicado em 27 de maio de 2024 às 08h38.
Os mercados internacionais operam mistos na manhã desta segunda-feira, 27. Na Ásia, as bolsas fecharam em alta generalizada, impulsionadas por ações de chips após a China estabelecer um fundo bilionário para impulsionar a indústria de semicondutores. Já na Europa, o mercado abriu sem direção definida, com o índice Ifo de sentimento das empresas na Alemanha se mantendo inalterado em 89,3 pontos em maio, o que contrariou a previsão de alta e decepcionou investidores.
Nos Estados Unidos, os índices futuros operam em queda em dia de menor liquidez, com os mercados fechados devido ao feriado “Memorial Day”, data que homenageia oficiais das forças armadas dos Estados Unidos mortos em combate. Por aqui, o Ibovespa futuro também cai.
Na contramão das medidas recentes anunciadas pela China para pôr fim à sua crise imobiliária, o minério de ferro recuou para seu maior nível desde março. Às 7h50, o contrato futuro para setembro de 2024 negociado na bolsa de Dalian, na China, caía 1,1% a 899 iuanes (US$ 124,1). O movimento pode impactar os papéis de Vale (VALE3), que tem grande peso no Ibovespa.
Uma dessas medidas foi a flexibilização das regras hipotecárias, ordenando que os governos locais comprem casas não vendidas. Os pisos das taxas de hipotecas para primeiras e segundas residências também foram removidos. O Banco do Povo da China (PBoC, o banco central do país) reduziu a entrada mínima para quem compra a primeira casa, para 15%. Para a segunda residência, a parcela inicial caiu para 25% do valor total.
Nesta segunda, o Departamento de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) da China divulgou o lucro industrial do país. O indicador registrou alta de 4,3% no período entre janeiro e abril, na comparação com igual intervalo de 2023. Apenas em abril, o lucro industrial cresceu 4%, na comparação anual.
De olho em discursos de autoridades do Brasil, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), discursa em evento promovido pelo LIDE, às 12h. Gabriel Galípolo, diretor de política monetária, dá palestra na Unifei, a partir das 18h. Já a presidente da Petrobras (PETR4), Magda Chambriard, realizará às 18h, sua primeira entrevista coletiva no cargo.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou, às 8h desta segunda, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que subiu 0,59% em maio, uma aceleração frente aos 0,41% observado em abril. Em 12 meses, a taxa está em 3,68%, o que mostra uma forte desaceleração frente ao mesmo período de 2023, quando a taxa anualizada em maio era de 6,32%.
O Banco Central divulgou, às 8h30, o Boletim Focus desta semana. O destaque fica com a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Pela terceira semana consecutiva, o Banco Central elevou a projeção para 2024 do IPCA de 3,80% para 3,86%. Já o IPCA para 2025 foi elevado pela quarta semana consecutiva, subindo de 3.74% para 3,75%. A inflação para 2026, após semanas inalteradas, foi de 3,50% para 3.58%. A de 2027 se manteve em 3,50%.
Neste Boletim Focus, a Selic de 2024, 2025, 2026 e 2027 se mantiveram inalteradas em: 10%, 9%, 9% e 9%, respectivamente. A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) também se manteve em todos os anos, em 2,05% (2024) e 2% (2025, 2025 e 2027).
Para o câmbio, as novas projeções apontam para R$ 5,05 ao final de 2024, frente aos R$ 5,04 anterior. Nos anos de 2025, 2026 e 2027, as estimativas do câmbio se mantiveram em R$ 5,05 (2025) e R$ 5,10 (2026 e 2027).