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Lojas Americanas e B2W em direções opostas na bolsa

Analistas elevam preço-alvo aos papéis da rede física, mas rebaixam em 45% estimativas para varejista online

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2012 às 15h03.

São Paulo – As medidas adotadas recentemente pelo governo para impulsionar a economia podem trazer fôlego extra às ações da Lojas Americanas (LAME4). A projeção está no recente relatório da Votorantim Corretora, que sobe o preço-alvo dos papéis em 10,7%, para 18,50 reais para dezembro de 2013, ante 16,70 para dezembro de 2012. O valor representa um potencial de alta de 26%.

“Lojas Americanas parece ser uma alternativa interessante, em um cenário que tem sido caracterizado por turbulências, e que pode se recuperar nos próximos trimestres”, avaliam os analistas Luiz Cesta e Paulo Prado.

Dentre os motivos para justificar a recomendação de desempenho acima da média de mercado (outperform) estão os planos agressivos de abertura de novas lojas de crescimento de receita líquida, além do espaço para o aumento de margens por meio das lojas físicas.

Ambos reconhecem que o primeiro semestre foi severo às varejistas, que ampliaram suas vendas por meio de estratégias agressivas, pressionando as margens.

A Lojas Americanas registrou lucro líquido de 37,7 milhões de reais no segundo trimestre deste ano, queda de 13,1% em relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro semestre, a Lojas Americanas alcançou lucro líquido de 78,7 milhões de reais, queda de 25,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

“O baixo ticket médio e a pouca dependência das condições de crédito, juntamente com a forte capacidade de execução e melhoria de margem das lojas físicas, devem mais do que compensar as preocupações em relação ao atraso do e-commerce”, projetam os analistas. Em 2012, as ações preferenciais da Lojas Americanas registram alta de 31%.

B2W e seu futuro incerto

Resultados aquém do esperado nos últimos trimestres, queima de caixa e uma recuperação das margens menor que a esperada. Estes são alguns dos motivos que fazem os analistas Luiz Cesta e Paulo Prado não se convencerem da tese de investimentos da B2W (BTOW3).


O preço-alvo dos papéis foi derrubado em 45%, de 16,60 para dezembro de 2012 para 9 reais para dezembro de 2013, um potencial de valorização de 11%. Além disso, a recomendação de desempenho em linha com a média de mercado (marketperform) foi mantida.

“Temos uma visão de curto prazo negativa, considerando os fracos resultados anteriores e a falta de visibilidade daqui em diante”, afirma os analistas.

A B2W anunciou um prejuízo líquido maior que o esperado no segundo trimestre, de 38,9 milhões de reais, elevando as perdas em 86,1% na comparação com o mesmo período um ano antes.

A dona dos sites Americanas.com, Submarino e Shoptime comunicou em agosto seu plano de investimentos de mais de 1 bilhão de reais para o período de 2013 a 2015 em tecnologia, inovação e logística. Nesse período, estão previstos dez novos centros de distribuição no país.

“Os impactos deste investimento para os próximos três anos ainda não estão claros para nós, uma vez que a origem do dinheiro é indefinida”, adverte o relatório. Para Cesta e Prado, ainda há um longo caminho para o crescimento de receita e margens saudáveis.

“Empresas grandes estão cada vez mais agressivas, e os competidores de nicho cada vez mais importantes. Um novo padrão de qualidade dos serviços e prazos mais curtos vão exigir mais destreza por parte da B2W”, concluem.

As ações ordinárias da B2W amargam uma desvalorização de 10% neste ano.

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