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Juros futuros disparam com risco ao teto e debandada na Economia

Mercado precifica alta mais forte da Selic após governo admitir que pode furar teto de gastos para acomodar Auxílio Brasil

Curva já precifica probabilidade de altas de 1,5 ponto percentual nas duas próximas reuniões do Copom | Foto: GettyImages (marchmeena29/Getty Images)
BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 22 de outubro de 2021 às 12h29.

Última atualização em 22 de outubro de 2021 às 13h48.

Os juros futuros voltam a subir forte nesta sexta-feira, 22, com taxas chegando a subir mais de 80 pontos após riscos fiscais levarem à saída de quatro secretários do Ministério da Economia.

Por volta de 12h20, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI)  para janeiro de 2023 tem alta de 89 pontos-base, a 11,41%, enquanto o DI para janeiro de 2022 avança 82 pontos-base, a 8,26%.

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Já nos vencimentos mais longos, o DI para janeiro de 2027 já registra alta de 70 pontos-base, a 12,63%. Para janeiro de 2025, o DI sobe 79 pontos-base, a 12,39%.

A disparada fez com que as negociações dos Tesouros Prefixados e IPCA+ fossem suspensas pela Secretaria do Tesouro Nacional por duas vezes nesta manhã. Na véspera, as negociações já haviam sido suspensas também em dois momentos, com apenas os títulos públicos atrelados à Selic sendo negociados.

A curva já precifica probabilidade de altas de 1,5 ponto percentual nas duas próximas reuniões do Copom, com Selic acima de 10% já na primeira reunião de 2022, em fevereiro.

Entenda o caso

O mercado reage à debandada no Ministério da Economia. Pediram demissão o secretário Especial do Tesouro e Orçamento, e Jeferson Bittencourt, secretário do Tesouro Nacional, e seus respectivos secretários adjuntos. O mercado agora teme que o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, abandone o cargo.

As demissões ocorreram após o governo admitir que pode furar o teto de gastos para financiar o Auxílio Brasil, programa social que deve substituir o bolsa família. A notícia leva o mercado a esperar um ajuste ainda mais duro na Selic por parte do Banco Central, o que estressa a curva de juros.

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