Invest

Juros, Congresso e petróleo: o que move os mercados nesta quarta-feira

Dia de agenda esvaziada de indicadores econômicos promete ser influenciado por temas que têm pressionado o mercado nas últimas sessões

Agenda do dia: uma pausa antes de dados de inflação e trabalho nos EUA (Getty Images)

Agenda do dia: uma pausa antes de dados de inflação e trabalho nos EUA (Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 05h00.

As incertezas sobre quando a taxa de juros no Brasil vai começar a cair continuam pesando sobre o Ibovespa, que terminou a terça-feira com a segunda maior queda diária do ano. O desempenho foi pior que o das bolsas em Nova York, que fecharam no vermelho em sua maioria, porém com queda moderada. O recuo do principal índice brasileiro de ações também coincidiu com novas pesquisas eleitorais, as primeiras após o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ) confirmar que vai entrar no páreo da disputa presidencial do ano que vem.

Brasília está agitada às vésperas de um início de recesso no Congresso, com decisões que podem definir o tabuleiro eleitoral do ano que vem. Em paralelo, corre a notícia de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estaria se preparando para deixar a posição em março do ano que vem, com o intuito de se dedicar a campanha do presidente Lula pela reeleição.

É esse o cenário com o qual os investidores vão trabalhar nesta quarta-feira, 16, um dia de agenda praticamente esvaziada de indicadores econômicos, mas que pode marcar também a votação da PL da Dosimetria no Senado — o projeto de lei que pode reduzir drasticamente a pena de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. O texto precisa ser analisado primeiro na Comissão de Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, em seguida, no Plenário da Casa.

Na economia, o destaque por aqui é o fluxo cambial semanal, a ser divulgado às 14h30 (horário de Brasília). Dezembro é tradicionalmente um mês de remessas para o exterior, o período em que empresas enviam lucros para fora, o que pode ser intensificado pela distribuição antecipada de dividendos, que serão tributados a partir do ano que vem. Por aqui, o dólar emplacou, ontem, seu terceiro dia seguido de alta, se reaproximando do patamar de R$ 5,50.

Trégua antes da inflação

Nos Estados Unidos, a agenda de indicadores também não traz nada de muito relevante. Enquanto especulam sobre o sucesso da tese de inteligência artificial, uma desconfiança que impactou o desempenho das bolsas em Wall Street em dezembro, os investidores também aguardam números importantes que vão sair só na quinta-feira: o número de pedidos de auxílio-desemprego e índice de preços ao consumidor.

São os dois principais temas para os quais o Federal Reserve está olhando nas suas decisões de juros. Ainda que o principal  mandato do BC americano seja fazer a inflação convergir para a meta, o desaquecimento do mercado de trabalho mostrou ter prevalecido nos recentes cortes de juros promovidos pela autoridade monetária, ainda que os preços ainda estejam distantes do ideal.

A agenda americana prevê a divulgação de estoques de petróleo nos Estados Unidos, um dia após a cotação de fechamento do Brent chegar no menor nível em quase cinco anos. 

O mercado monitora mais um discurso de dirigente do Fed: Christopher Waller, que tem votado junto com a maioria do comitê pelo corte de juros.

Acompanhe tudo sobre:EmpregosEstados Unidos (EUA)InflaçãoFed – Federal Reserve System

Mais de Invest

Mega-Sena: resultado do concurso 2.952; prêmio é de R$ 49,5 milhões

Abono salarial PIS/Pasep terá datas fixas a partir de 2026; confira calendário

Ibovespa tem segunda maior queda do ano com ata do Copom e eleições

Petróleo tipo Brent tem menor preço de fechamento em quase cinco anos