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Itaú BBA recomenda: "Fique longe" das ações do Nubank

Analistas alertam para risco de inadimplência e menor crescimento da carteira de crédito do Nubank

Aplicativo do Nubank: ações acumulam 64% de queda desde o início do ano (Pavlo Gonchar/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Aplicativo do Nubank: ações acumulam 64% de queda desde o início do ano (Pavlo Gonchar/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 17 de junho de 2022 às 09h42.

Última atualização em 17 de junho de 2022 às 09h49.

O Itaú BBA reiterou a recomendação de venda das ações do Nubank e reduziu o preço-alvo dos papéis em 31% para US$ 4,5. As ações do Nubank caíram 64% desde o início do ano e encerraram o último pregão cotadas a US$ 3,31.

"Apesar do preço atual das ações ser aparentemente mais convidativo, recomendamos que os investidores fiquem longe. O momento dos ganhos provavelmente permanecerá negativo", afirmaram analistas do Itaú BBA em relatório. O valuation do Nubank, segundo o BBA, "não é de forma alguma atraente, especialmente considerando a elevada volatilidade das ações". Pela expectativa do BBA para 2023, a ação está sendo negociada próxima de 4x Valor Patrimonial (P/VP) e 26 Lucro (P/L).

O Nubank deu lucro ajustado de US$ 10,1 milhões no primeiro trimestre, revertendo prejuízo do ano passado. A receita, que disparou 200% impulsionada pela carteira de crédito a pessoas físicas, foi um dos destaques do balanço. Foi justamente esse um dos pontos criticados pelo BBA.

"Eles estão trazendo mais receita de juros, mas também criam nuvens para o risco de crédito de médio prazo." Isso irá se traduzir em uma rápida elevação da inadimplência do Nubank, de acordo com o relatório, o que "poderá em breve desacelerar o crescimento da carteira de empréstimos",

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O BBA também afirmou que a "demora" no crescimento de receitas de serviços do Nubank escancara "os desafios estruturais que enfrenta para monetizar tantos clientes de forma tão rápida em uma economia emergente". 

O banco digital aumentou sua base de clientes para 59,6 milhões no primeiro trimestre, representando crescimento de 61% em relação a mesmo período do ano passado. Somente no Brasil são 57,6 milhões, mas em é em outros países da América Latina onde o ritmo de expansão tem sido maior. No México, o número multiplicou por 10 para 2,1 milhões de clientes.

A inadimplência acima de 90 dias do Nubank foi de 4,2% e, segundo o banco, tem sido controlada pela qualidade de seleção de bons pagadores.

"O tempo pode provar que eles estão certos, mas não podemos conciliar a seletividade reivindicada com o ritmo de crescimento à luz da queda da renda real disponível do Brasil", rebateram os analistas. No trimestre findo em abril, o rendimento médio real do brasileiro caiu 7,9% em relação ao mesmo período do ano passado para R$ 2.569, segundo dados da PNAD Contínua do IBGE.

Veja também:
Nubank: BTG retira recomendação de venda após resultado 'impressionante'

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