Ações da IRB lideram as perdas do Ibovespa nesta sexta-feira (Witthaya Prasongsin/Getty Images)
Beatriz Quesada
Publicado em 22 de julho de 2022 às 12h33.
Última atualização em 22 de julho de 2022 às 12h36.
As ações do IRB (IRBR3) chegaram a cair até 8% na bolsa nesta sexta-feira, 22, com investidores reagindo aos números de maio reportados pela empresa na noite de ontem.
A resseguradora teve um prejuízo líquido de R$ 273,1 milhões no quinto mês do ano, revertendo lucro de R$ 7,5 milhões no mesmo período no ano anterior.
No acumulado de 2022, o prejuízo líquido do IRB é de R$ 285,3 milhões. No mesmo período de 2021, a empresa havia registrado R$ 9,4 milhões de lucro líquido.
Os dados divulgados fazem parte da prestação de contas que o IRB faz mensalmente à Superintendência de Seguros Privados (Susep). Os detalhes do resultado serão conhecidos apenas na divulgação do próximo balanço, em 15 de agosto.
O prejuízo em maio, porém, aumentou as preocupações dos investidores, segundo análise de Guilherme Grespan, do JPMorgan, obtida pela Bloomberg. Segundo Grespan, os temores aumentam após a empresa ter encerrado o primeiro trimestre com suficiência do patrimônio líquido ajustado “modesta” e cobertura de provisões técnicas em R$ 17 milhões.
A recomendação do JPMorgan para os papéis é underweight (com exposição abaixo da média do índice de referência, equivalente à venda).
Os analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), também alertam para a posição apertada de capital do IRB no primeiro trimestre, o que exigiria um aumento de capital com “urgência”.
“Reforçamos que a companhia já possui aprovação dos acionistas para um aumento de capital de R$1,2 bilhão, mas ainda não sabemos como o investimento seria precificado”, afirmaram em relatório.
O BTG mantém recomendação neutra para os papéis.
O prêmio emitido do IRB totalizou R$564,2 milhões em maio de 2022, uma queda de 3,7% em relação a maio de 2021. Já nos cinco primeiros meses de 2022, o prêmio emitido atingiu o montante de R$3,12 milhões, com queda de 5,5% em relação ao mesmo período de 2021.
No Brasil houve crescimento de 11,2%, atingindo R$1,99 milhões, enquanto, no exterior, houve redução de 25,4% em relação ao mesmo período de 2021, com R$1,12 milhões. A
Segundo a companhia, a redução no exterior está em linha com a estratégia de foco no mercado doméstico.
Já a despesa de sinistro em maio foi de R$631,3 milhões, com índice de sinistralidade de 131,3%, principalmente impactada pelo segmento agro. O gasto foi 73,2% superior à despesa do mesmo período do ano passado, de R$364,4 milhões, que representou então sinistralidade de 73,2%.
Nos primeiros cinco meses deste ano, a despesa com sinistro totalizou R$2,04 milhões, um crescimento de 7,9% quando comparada com o mesmo período do ano anterior. No acumulado dos cinco meses do ano, o índice de sinistralidade foi de 97,5%, comparado a 75,1% no mesmo período de 2021.
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