IPO do Dropbox: o caminho para voltar a inovar
ÀS SETE - A empresa espera captar 500 milhões de dólares em sua oferta pública inicial (IPO) que deve acontecer até o fim desta semana
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2018 às 06h38.
Última atualização em 21 de março de 2018 às 07h11.
Cerca de 10 anos após ser criado, chega a hora de a empresa de armazenamento de arquivos em nuvem Dropbox abrir seu capital na Nasdaq — onde estão a maior parte das empresas de tecnologia dos Estados Unidos.
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A empresa espera captar 500 milhões de dólares em sua oferta pública inicial (IPO) que deve acontecer até o fim desta semana. O preço das ações, que serão negociadas com a sigla DBX, deve ficar na faixa entre 16 e 18 dólares.
O Dropbox briga num mercado de tubarões da tecnologia, que disponibilizam algum tipo de solução em nuvem, como Google, Amazon, Microsoft e Apple, além de empresas menores que já abriram capital com produto semelhante, como BOX ou Atlassian Corp.
Mas, então, o que é que o Dropbox tem de diferente? Além da facilidade de uso, a plataforma tem 11 milhões de usuários pagantes (ao todo são 500 milhões de pessoas registradas) e um crescimento acelerado. O Dropbox tem hoje quase o dobro de pagantes do que tinha em 2016.
Nas informações preliminares divulgadas para o IPO, o Dropbox mostrou que o faturamento cresceu 82,4% nos últimos três anos, passando de 603 milhões de dólares em 2015 para 1,1 bilhão no ano passado.
Embora a companhia tenha tido prejuízos em todos esses anos, as perdas são cada vez menores: eram de 326 milhões de dólares em 2015 e foram de 111,7 milhões de dólares no ano passado.
Na última rodada de captação, o Dropbox levantou 600 milhões de dólares em investimentos privados, o que avaliou a companhia em 10 bilhões — um número considerado elevado; analistas estimam que um valor mais justo seria entre 7,5 e 8,5 bilhões.
O verdadeiro problema do Dropbox é, no entanto, as poucas adições de funcionalidade desde que a plataforma foi aberta em 2008. Nos últimos 10 anos, uma das principais “inovações” do Dropbox foi um editor de documentos colaborativos — um produto que um competidor muito maior, o Google, oferece no mercado para indivíduos e empresas.
A empresa diz que irá usar o dinheiro do IPO para aumentar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, além de incrementar a infraestrutura técnica e contratar novos funcionários para trabalhar em engenharia, produto e design. Se o IPO der certo, o Dropbox terá fundos para fazer o que fez muito pouco nos últimos tempos: inovar.