iPhone com 50% de desconto e base de clientes melhor: o plano da TIM para crescer acima do esperado
No segundo trimestre, a empresa viu o lucro dobrar; agora espera que parceria com a Apple ajude a melhorar percepção de valor para clientes
Repórter Exame IN
Publicado em 31 de julho de 2023 às 19h51.
A TIM Brasil (TIMS3) está avançando em seu plano de ganhar mais em rentabilidade do que em volume, o que inclui o avanço da cobertura 5G e até mesmo campanhas promocionais expressivas, como a lançada na última semana que promete desconto de até 50% no iPhone. No segundo trimestre,o lucro líquido da companhia mais do que dobrou - 104% de crescimento -, para R$ 638 milhões(se considerados ajustes, esse número foi de R$ 626 milhões um salto de 124%), com a receita avançando 9,2%, para R$ 5,86 bilhões.
Foi justamente o avanço operacional somado à queda dos custos que puxou o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para um aumento de 17%, a R$ 2,91 bilhões.Com esses números, o CEO, Alberto Griselli, está confiante de que há mais "upsides" para a empresa superar as projeções para o ano."O que vamos a compartilhar é que, dependendo do macro, vemos upside do nosso fluxo de caixa", diz o executivo em entrevista exclusiva à EXAME Invest. De abril a junho, o fluxo de caixa operacional livre somou R$ 529 milhões, contra um resultado negativo de R$ 497 milhões de um ano antes.
Parte desse otimismo se deve às estratégias da companhia e, também, às perspectivas de novos ganhos a serem capturados com os ativos comprados da Oi. Em fevereiro deste ano, a companhia divulgou suas projeções para o período de2023 a 2025. A expectativa da TIM é de que sua geração de caixa cresça a duplo dígito e a receita de serviço cresça um dígito alto no curto prazo e um dígito médio ao longo do período, superando a inflação.
Se observados os números do segundo trimestre e do somatório dos seis primeiros meses, a trajetória da empresa é para alcançar esses objetivos. Além da alta de 9,2% na receita de serviço do trimestre, no semestre esse indicador ficou 14,5% maior. "Nosso crescimento está vindo combinado com receita acima da inflação. A outra boa notícia é que o crescimento de Ebitda, de rentabilidade, é quase o dobro da receita", diz.
Segundo o executivo italiano, o mercado brasileiro está mais maduro, o que também exigiu da TIM um novo posicionamento. "Na medida em que o mercado é maduro, a dinâmica do modelo passa de ganhar cliente para ganhar valor. Sucesso no ambiente competitivo está em o cliente se importar menos com preço. O gatilho para mudar [de operadora] é a qualidade do serviço."
Parte da melhora do serviço passa pelo avanço da infraestrutura de conexão de 5G. Ao fim do primeiro trimestre eram 45 cidades com cobertura 5G pela TIM, ao fim de julho eram 68.
A chegada dos clientes da Oi também fez a empresa também passar um pente fino na base de clientes. Ainda com reflexo das cerca de 5 milhões de contas da antiga Oi anuladas, a base de clientes ficou 10,9% menor na operação de telefonia e dados móveis, com 61,2 milhões de contas.
Já se percebe, no entanto, uma melhora sequencial. A base ficou 0,8% menor do que no primeiro trimestre, com queda de 2,8% no pré-pago, mas avanço de 2% no pós-pago, que garante receita constante para a empresa. A receita do segmento móvel cresceu 9,7%, para R$ 5,37 bilhões. A receita média por usuário (ARPU) cresceu 13%.
A base de clientes da operação fixa também cresceu. A base de clientes TIM Ultrafibra ficou 8,8% e a FTTH, 34%. A receita do segmento fixo ficou 6,5% maior, a R$ 353 milhões.
iPhone com desconto
É de olho nos clientes de maior renda que a empresa de telefonia está apostando parte de suas fichas. A parceria anunciada com a Apple dá aos clientes Black (planos acima de R$ 224,99 a R$ 294,99 por mês) descontos de até 50% em aparelhos iPhone 13 e 14.
Os pacotes variam de 50 gb a 100 gb de internet que podem ser compartilhados em até 3 pessoas e incluem acesso a serviços da Apple comoApple Music, Apple TV, iCloud (armazenamento de dados em nuvens) e Arcade (games).A primeira percepção é de que o fluxo de clientes nas lojas já aumentou após os primeiros dias da campanha, conta Griselli. "Quando se considera nossa estratégia, queremos lançar ofertas de qualidade do serviço, que tenham maior atratividade no mercado e melhor percepção de valor para clientes. Isso vai significar que o cliente vai ficar mais conosco", diz, destacando que a taxa de cancelamento é a menor em 12 anos: 3,1% ao mês.