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Inflação nos EUA, recorde na China e dados de emprego no Brasil: o que move o mercado

De olho na agenda das autoridades, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, ministra palestra em evento sobre investimentos em São Paulo

Radar: destaque do dia é a divulgação do PCE nos EUA (fotog/Getty Images)

Radar: destaque do dia é a divulgação do PCE nos EUA (fotog/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 27 de setembro de 2024 às 08h09.

Última atualização em 27 de setembro de 2024 às 10h10.

Os mercados internacionais operam mistos na manhã desta sexta-feira, 27. Nos Estados Unidos, o clima é de atenção sobre a magnitude dos próximos cortes de juros por lá antes de dados da inflação. Com isso, os futuros de Nova York caem.

Na Europa, as bolsas abriram majoritariamente em alta na esteira de dados locais mais positivos, como a inflação da França, que recuou significativamente de 2,2% em agosto para 1,5% em setembro.

Na Ásia, em meio a uma semana marcada por medidas agressivas de estímulos à economia, os mercados fecharam novamente em alta, com o Hang Seng, índice de Hong Kong, subindo 3,55%.

Inflação nos EUA

O destaque da manhã é a divulgação do Índice de Preço de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) de agosto. O indicador é a métrica favorita do Federal Reserve (Fed, banco central americano) e pode dar sinais sobre como será a próxima decisão de política monetária por lá.

Ontem, a terceira revisão do Produto Interno Bruto (PIB) mostrou que a economia americana cresceu a uma taxa anualizada de 3% no segundo trimestre de 2024. O dado mais forte afasta o temor de recessão nos EUA.

Hoje, caso os dados da inflação venham mais fracos do que o esperado, as apostas para um corte de 50 pontos-base podem aumentar ainda mais. Por volta das 7h40, a plataforma FedWatch, do CME Group, registrava 47,3% de chance de um corte de 50 pb nos juros na reunião de novembro.

O consenso do mercado aponta para uma alta mensal de 0,1% e um avanço de 2,3% na comparação anual. Em julho, o PCE acelerou 0,2% a 2,5% em um ano. A previsão é que o indicador seja divulgado às 9h30. Na sequência, às 11h, sai o índice de confiança da Universidade de Michigan.

Dados do emprego no Brasil

No cenário local, as atenções se voltam para a divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), às 10h, que estava previsto para sair ontem. Pouco antes, às 9h, haverá a divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC). Também haverá a publicação do resultado primário do Governo Central.

Recorde na China

A China reduziu o juros do compulsório bancário em 0,50 pontos porcentuais (pp). O Banco Popular da China (PBoC, banco central chinês) também promoveu um novo corte na taxa de recompra reversa de 7 dias, de 1,7% para 1,5%.

O movimento havia sido antecipado na noite da última segunda-feira, 23, quando o PBoC anunciou a intenção de mais uma queda na taxa de reserva obrigatória das instituições financeiras ainda este ano.

No mesmo dia, o BC chinês cortou a taxa de juros dos contratos de recompra reversa (repo) de 14 dias em 10 pontos-base, para 1,85%, e injetou 74,5 bilhões de yuans (US$ 10,6 bilhões) de liquidez no sistema financeiro por meio do repo, também para impulsionar a economia.

Já na terça-feira, 24, o presidente do Banco Central da China (PBoC), Pan Gongsheng, anunciou um conjunto de medidas para estimular a economia do país - o pacote mais agressivo desde a pandemia de Covid-19.

Entre as ações estão a redução da taxa de reserva bancária em 50 pontos-base (pb), a diminuição da taxa de recompra reversa para operações de 7 dias em 20 pb, o corte nas taxas de juros de hipotecas já contratadas e a redução do valor mínimo de entrada para a compra de uma segunda residência para 15%.

Um dia depois, na quarta-feira, 25, o PBoC informou o corte na taxa de empréstimo de médio prazo de 1 ano de 2,3% para 2%.

Por fim, na quinta-feira, 26, o principal órgão decisório do Partido Comunista da China, o Politburo, prometeu intensificar o apoio monetário e fiscal no país. Segundo a Bloomberg, as autoridades chinesas consideram injetar mais de US$ 140 bilhões nos bancos públicos, principalmente por meio da emissão de "novos títulos soberanos".

Os diversos movimentos ao longo da semana fizeram os mercados chineses registrarem sua melhor semana em quase 16 anos, com o CSI 300, da China continental, subindo 15,7%.

Agenda

De olho na agenda das autoridades, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, ministra palestra no 1618 Spring Investment Meeting, organizado pela 1618 Investimentos em São Paulo.

Enquanto isso, Diogo Guillen, diretor de política econômica do BC, participará de um painel no evento JHSF Capital Day – Institucional. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, terá um encontro com Fernando Queiroz, CEO da Minerva Foods.

Pela manhã, Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, se reunirá com Magda Chambriard, presidente da Petrobras (PETR4). Em seguida, ele participa da posse de Macaé Evaristo como ministra de Direitos Humanos e Cidadania e, posteriormente, terá uma reunião com Nisia Trindade, ministra da Saúde.

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