IGP-M, grupamento da Oi e da PDG e o que mais move o mercado
Bolsas sobem no exterior após perdas provocadas por falas de presidente do Fed; commodities recuam
Guilherme Guilherme
Publicado em 30 de agosto de 2022 às 07h24.
Última atualização em 30 de agosto de 2022 às 08h13.
Bolsas internacionais avançam na manhã desta terça-feira, 30, recuperando parte das perdas dos últimos pregões, marcados pela maior tensão sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed) .
A precificação de perspectivas de um aperto mais duro da política monetária americana levou o índice Nasdaq, mais sensível às taxas de juros, a cair cerca de 5% desde sexta-feira, 26, dia do discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, em Jackson Hole. Hoje, o Nasdaq é o índice que mais sobe no mercado de futuros dos Estados Unidos desta manhã.
No mercado de juros, investidores seguem precificando mais uma elevação de 0,75 ponto percentual para a decisão de 21 de setembro como o cenário mais provável -- o que deve se manter, pelo menos, até os próximos dados de desemprego previstos para esta semana.
O payroll, o mais importante deles, será divulgado na sexta-feira, 2. Mas o clima já deve começar a esquentar a partir de amanhã, quando serão divulgados os números do ADP, também conhecidos como "prévia do payroll".
Desempenho dos indicadores às 7h30 (de Brasília):
- Dow Jones futuro (Nova York): + 0,70%
- S&P 500 futuro (Nova York): + 0,86%
- Nasdaq futuro (Nova York): + 1,14%
- DAX (Frankfurt): + 1,84%
- CAC 40 (Paris): + 1,17%
- FTSE 100 (Reino Unido): + 0,29%
- Stoxx 600 (Europa): + 0,79%
- Hang Seng (Hong Kong)*: - 0,37%
- Shangai Composite (Xangai)*: - 0,42%
IGP-M
Nesse meio tempo, economistas ainda deverão repercutir dados da inflação brasileira. O IGP-M, principal índice de preços da FGV e referência para contratos de aluguel, será divulgado nesta terça sob expectativa de deflação de 0,54% em agosto frente a alta de 0,21% de julho. Se confirmados, os dados irão de encontro com as recentes projeções de arrefecimento da inflação local.
O consenso para o IPCA deste ano sofreu mais uma queda em boletim Focus divulgado na véspera, passando de 6,82% para 6,70%. A diferença em relação a quatro semanas atrás já é de 0,45 p.p. para baixo. A estimativa também caiu para o IPCA de 2023, de 5,33% para 5,30%, mas segue acima do teto da banda da meta de inflação para o ano que vem, de 4,75%.
Commodities em queda
O melhor cenário projetado para a economia brasileira tem ajudado a proteger a bolsa local do maior pessimismo no exterior, assim como as apostas no mercado de commodities. No último pregão, por exemplo, o Ibovespa fechou praticamente estável, a despeito das quedas em Nova York. Para esta sessão, no entanto, ações ligadas à extração de matérias-primas podem ter contribuições negativas, dada a dinâmica de preços internacional.
O petróleo brent, referência para a política de preços da Petrobras, opera em leve queda nesta manhã, se afastando da máxima em quase um mês de US$ 103.
Outra commodity de extrema importância para a bolsa local, o minério de ferro caiu pela primeira vez em cinco semanas para abaixo de US$ 100 por tonelada em meio a preocupações sobre a atividade industrial da China. Projeção de queda na produção de siderúrgicas do país tiveram efeito determinante nas negociações desta madrugada, segundo a Bloomberg. Em Dalian, o metal caiu pouco mais de 4%.
Grupamento da Oi
A Oi ( OIBR3 ) informou que será submetida ao Conselho a proposta de grupamento de suas ações ordinárias em Assembleia Geral Extraordinária a ser realizada ainda neste ano. O anúncio feito na última noite ocorre em resposta ao ofício recebido da B3 para que a companhia mantenha os papéis cotados acima de R$ 1.
Pela regra de penny stock da B3, nenhuma companhia pode ter as ações cotadas abaixo de R$ 1 por 30 pregões consecutivos. As ações ordinárias da Oi, cotadas a R$ 0,57, estão abaixo de R$ 1 desde fevereiro.
Grupamento da PDG
Procedimento semelhante também foi anunciado na noite de ontem pela incorporadora PDG ( PDGR3 ), que encerrou o último pregão com as ações cotadas a R$ 0,93.