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Ibovespa sobe a 121 mil pontos e bate máxima desde agosto; dólar cai

Investidores digerem dados do mercado de trabalho americano; taxa de desemprego cai mais que o esperado, mas payroll decepciona

Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 1 de abril de 2022 às 10h34.

Última atualização em 1 de abril de 2022 às 14h48.

Ibovespa hoje: o mercado brasileiro opera em forte alta nesta sexta-feira, 1, puxado pelas ações da Vale (VALE3) e reagindo a dados de emprego nos Estados Unidos. 

O principal índice da B3 opera em alta, acima de 121.000 pontos pela primeira vez desde o início de agosto e se encaminha para registrar três semanas consecutivas de ganhos.

  • Ibovespa: + 0,92%, 121.099 pontos
  • Dólar: - 1,30%, R$ 4,699

Na bolsa, os papéis da mineradora sobem mais de 1% após o minério de ferro subir 3,5% na China. A alta da commodity está associada aos dados fracos de atividade industrial no país – que registraram o ritmo mais forte de contração em dois anos. Os dados reforçaram a expectativa de que Pequim adote medidas de estímulo econômico, aumentando a demanda pelo minério. 

  • Vale (VALE3): + 1,42%

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Papéis associados à economia doméstica também sobem, dando sequência à tendência positiva observada em março. Descontadas, essas ações voltam aos holofotes com a queda na curva de juros que, por sua vez, se apoia na expectativa de fim do ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic. Segundo o Banco Central, a Selic deve subir até a marca de 12,75% ao ano, que será alcançada já na próxima reunião de maio.

  • Méliuz (CASH3): + 7,42%
  • Cielo (CIEL3): + 7,07%
  • Sabesp (SBPS3): + 6,83%

Entre os maiores ganhos estão os papéis da Cielo (CIEL3), que foram incluídas hoje na carteira recomendada de ações de abril do BTG Pactual. Outra ação que passou a integrar a carteira foi a SLC Agrícola (SLCE3), que também entrou na primeira prévia da carteira teórica do Ibovespa nesta sexta-feira, e opera em alta. 

  • SLC Agrícola (SLCE3): + 1,75%

Na ponta negativa, as ações das exportadoras ficam entre as maiores perdas reagindo à queda de mais de 1% do dólar. O fluxo de investidores estrangeiros continua forte na bolsa brasileira, abrindo caminho para a apreciação do real.

  • Dólar comercial: - 1,28%, a 4,70 reais
  • Suzano (SUZB3): - 1,87%
  • Klabin (KLBN11): - 1,82%
  • Marfrig (MRFG3): - 1,45%
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Turbulência no exterior

Investidores do mundo inteiro repercutem os números do mercado de trabalho americano, considerados o principal termômetro da economia dos Estados Unidos. A taxa de desemprego americana de março, que saiu nesta manhã, caiu de 3,8% para 3,6%, enquanto a expectativa era de queda para 3,7%. 

O payroll, contudo, veio abaixo do consenso de mercado de 490.000, ficando em 431.000. O nível de atividade mais fraco sugerido pelo payroll é interpretado por parte do mercado como positivo, pois alivia a pressão sobre a política do Federal Reserve, banco central americano, diante da crescente inflação do país.

"Isso traz um viés mais dovish [favorável a taxa de juros mais baixas] para a política monetária local. O dólar reagiu para baixo [frente ao real] logo após a divulgação, pois o mercado reajustou as expectativas. Esse payroll é o primeiro a capturar todo o período da guerra da Ucrânia, trazendo um pouco da nova realidade", disse Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital.

Outra parte do mercado, porém, tem interpretado os dados de forma negativa para a política de juros americana. Isso porque além da queda acima do esperado da taxa de desemprego, o payroll do mês anterior foi revisado para cima, de 678.000 para 750.000 novos postos não agrícolas.

Nos Estados Unidos, o rendimento dos títulos americanos de 2 anos dispararam após a divulgação dos dados, com investidores precificando um juro médio de 2,44% ao ano para o período. O rendimento dos títulos de 10 anos também sobem, mas ficam em 2,42%, abaixo do pago para os títulos de 2 anos.

O movimento conhecido no mercado como "curva invertida" é considerado um "sinal vermelho" para investidores por, supostamente, indicar que uma recessão se aproxima. Uma possível queda da economia americana, por sinal, tem se tornado um dos principais riscos para os mercados globais. Apesar da agitação do mercado de títulos americano, as bolsas de Nova York operam em leve queda, após abrirem em alta seguindo o tom positivo que se desenhava antes mesmo da divulgação do payroll.

  • S&P 500 (EUA): - 0,40%
  • Nasdaq (EUA): - 0,53%
  • Dow Jones (EUA): - 0,26%
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