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Ibovespa pode avançar até 48% se houver queda nos juros, diz BTG

Estimativa considera que grande parte dos riscos já está precificada, reduzindo potencial de perda para o índice

Painel de cotações da B3: índice poderia alcançar de 140.934 pontos até 165.920 pontos (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3: índice poderia alcançar de 140.934 pontos até 165.920 pontos (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 27 de maio de 2022 às 12h25.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, tem um potencial de valorização de 25% a 48% caso a taxa de juros real volte a cair no Brasil. A estimativa compõem o cenário base do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) para o Ibovespa, considerando os impactos positivos de uma eventual queda de juros.

A taxa básica de juros brasileira, a Selic, está atualmente em 12,75% ao ano. Descontada a inflação, a taxa real de longo prazo tem oscilado perto da marca de 5,7%, um nível considerado relativamente alto pelos analistas do BTG, que atribuem uma “dose considerável de risco político e fiscal” ao valor.

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“Embora as preocupações dos investidores [com os riscos] sejam compreensíveis, principalmente devido à próxima eleição presidencial extremamente polarizada, esperamos que as taxas reais de longo prazo caiam, especialmente se os principais candidatos se comprometerem com a disciplina fiscal”, informa o relatório do banco divulgado nesta sexta-feira, 27.

O cenário base estimado pelos analistas pressupõem uma melhora – “moderada, porém realista” – nas condições macroeconômicas atuais. As taxas de inflação e de juros reais longos iriam para o intervalo entre 4,0% e 4,5% e a Selic ficaria entre 8% e 9%, com crescimento real do PIB de 1% a 1,5%. 

Os potenciais de valorização (upside) para o Ibovespa nestes casos varia de 25% a 48%, com o índice podendo alcançar de 140.934 pontos até 165.920 pontos. A pontuação superaria a máxima histórica do Ibovespa de 130.776 pontos, alcançada no dia 7 de junho de 2021.

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Por outro lado, o modelo mais conservador vê inflação e juros reais em 5,5%, Selic em 11% e sem nenhum crescimento real do PIB. Neste caso, a pontuação do Ibovespa rondaria os 107.546 pontos – uma queda de 3,9% em relação ao último patamar de fechamento.

Na visão do BTG, o potencial de queda é limitado, enquanto a perspectiva de alta é atrativa. “Nossos cenários mais conservadores mostram uma baixa limitada para o Ibovespa, sugerindo que as avaliações estão adequadamente ajustadas a um ambiente econômico e político mais difícil”, afirmaram os analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi. 

O último boletim Focus, que reúne estimativas de economistas do mercado sobre o cenário macroeconômico, apontou que a taxa Selic deve encerrar 2022 em 13,25%, passando para 9,25% no ano seguinte. Já o PIB avançaria 0,7% este ano, alcançando 1% de alta em 2023. A inflação, medida pelo IPCA, deve encerrar 2022 em 7,89%, caindo para 4,10% no próximo ano.

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