(Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 10h39.
Última atualização em 4 de dezembro de 2025 às 18h07.
O Ibovespa exibe forte alta as negociações desta quinta-feira, 4, e vem renovando sua máxima história intradiária. Depois de ter fechado a sessão passada perto dos 162 mil pontos, logo nos primeiros minutos o principal índice acionário da B3 ultrapassou para o patamar inédito dos 163 mil pontos e, por volta das 17h30, atingiu o ponto mais alto de sua história ao tocar os 164.551.
Por volta das 17h50, o Ibovespa seguia o avanço com 1,60% aos 164.341 pontos.
O índice é impulsionado pelo avanço dos grandes bancos, que sobem mais de 1%. As ações de grandes varejistas também sobem na sessão, entre elas, a do Magazine Luiza (MGLU3), Casas Bahia (BHIA3), Renner (LREN3) e C&A (CEAB3).
O bom humor do mercado é embalado pela perspectiva de início do ciclo de afrouxamento monetário no Brasil após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil do 3° trimestre.
Segundo dados do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgados nesta quinta, 4, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB teve uma variação positiva de 0,1% no terceiro trimestre de 2025, na comparação com os três meses imediatamente anteriores.
O resultado ficou abaixo da expectativa do mercado financeiro, que esperava uma alta de até 0,2%. Pela ótica da produção, houve resultados positivos na Agropecuária (0,4%) e na Indústria (0,8%), mas no lado das despesas, o consumo das famílias ficou praticamente estável, com 0,1%.
Na avaliação de Antonio Ricciardi, economista do Daycoval, essa desaceleração no consumo das famílias reflete o impacto da política monetária.
"O consumo das famílias mostrou uma desaceleração muito forte, o que chama a atenção, com 0,4% na comparação ano contra ano. Esse resultado veio abaixo da nossa expectativa, em torno de 1%. Por outro lado, isso é positivo, em certa forma, para o Banco Central [cortar juros], porque esse dado indica que os efeitos da política monetária restritiva estão sendo sentidos", disse Ricciardi.
Enquanto o Ibovespa registra forte alta desde a abertura, o dólar iniciou as negociações próxima da estabilidade. Apenas por volta das 11h, a moeda americana passou a cair firme com os investidores repercutindo os dados de pedidos iniciais de seguro-desemprego nos Estados Unidos.
O Departamento do Trabalho do país divulgou que as solicitações somaram 191 mil na semana encerrada no dia 29 de novembro. O resultado representou uma queda sobre a leitura revisada da semana anterior, de 216 mil, e ficou abaixo do consenso dos analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que apontava para 220 mil novos pedidos. Esse também foi o resultado mais baixo desde setembro de 2022.
Pouco depois, o dólar passou a cair mais forte, tocado R$ 5,28 na mínima do dia. A divisa fechou o dia, porém, praticamente estável mas com viés baixista, recuando 0,04%, a R$ 5,3103.
Na sessão passada, o dólar à vista caiu 0,33% nas negociações, e encerrou o dia cotado a R$ 5,313, diante dos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que mostraram fechamento de vagas.
O setor privado americano fechou 32 mil vagas de trabalho em novembro, segundo a ADP. O dado ficou bem distante da projeção do mercado, qua previa a abertura de 40 mil vagas.