Esta terça-feira marca o último dia de negociações da B3 em 2025 (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 30 de dezembro de 2025 às 10h31.
Última atualização em 30 de dezembro de 2025 às 16h02.
O último pregão de 2025 no Brasil avança nesta terça-feira, 30, com o dólar em queda e o Ibovespa em alta, em um ambiente de negócios mais esvaziado, marcado pela liquidez reduzida típica do fim de ano.
A principal referência acionária chegou a subir quase 1%, superando novamente o patamar dos 162 mil pontos na máxima do dia. Por volta das 15h40, o índice mantinha o avanço com alta de 0,74%, aos 161.680 pontos.
Dos 83 papéis que compõem o Ibovespa, apenas quatro estão em baixa. A maioria avança com destaque para as ações de grandes empresas, as chamadas blue chips, de peso no índice. Os grandes bancos e a Vale (VALE3) se recuperam após cederem na sessão anterior, e os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4) estendem os ganhos, em linha com o avanço nos preços de petróleo.
A moeda americana, por sua vez, vem amplicando as perdas ao recuar 1,46%, cotada a R$ 5,489, às 16h, próximo da mínima do dia, deR$ 5,484, e distante da máxima no valor de R$ 5,568.
No radar dos investidores estão os indicadores do mercado de trabalho no Brasil e, no exterior, a expectativa pela divulgação da ata da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), além de ajustes técnicos relacionados à formação da Ptax e ao vencimento de títulos públicos prefixados na virada do ano.
Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a PNAD Contínua, apontando que a taxa de desocupação no Brasil caiu para 5,2% no trimestre encerrado em novembro de 2025. O que representa um recuou 0,4 ponto percentual em relação ao trimestre móvel anterior (5,6%) e 0,9 ponto na comparação anual (6,1%).
O número de desocupados somou 5,6 milhões de pessoas, o menor nível da série histórica iniciada em 2012. Houve queda de 7,2% no trimestre (menos 441 mil pessoas) e de 14,9% no ano (menos 988 mil).
A melhora no trimestre, no entanto, ocorreu quase exclusivamente em função do emprego no setor público. Como o setor é menos sensível ao ciclo econômico, André Valério, economista sênior do Inter, avalia que essa melhora do emprego não deve ser interpretada como um sinal de que a política monetária restritiva não esteja funcionando.
"Pelo contrário, os setores mais sensíveis à taxa de juros seguem sem apresentar dinâmica de aceleração do emprego", afirmou Valério.
"A piora recente do câmbio, porém, coloca em questionamento o início do ciclo de cortes da Selic [a taxa básica de juros brasileira] na reunião de janeiro. Apesar disso, seguimos esperando que, até lá, o câmbio se normalize e os dados de inflação permitam que o Copom [Comitê de Política Monetária do Banco Centra] dê início ao ciclo de flexibilização monetária", complementou.
Durante a tarde, às 14h, o mercado acompanha o Caged, que traz informações sobre a evolução do emprego formal no país.
Esses indicadores chegam em um momento de balanço do ano para os investidores. Até o pregão na véspera, a bolsa brasileira acumulava alta superior a 30% em 2025. O dólar, por sua vez, abriu o ano cotado a R$ 6,1624 e encerrou o último pregão a R$ 5,571, acumulando valorização de 9,6% no ano.
Esta terça-feira marca o último dia de negociações da B3 em 2025. Não haverá pregão na quarta-feira, 31, nem na quinta-feira, 1º de janeiro, com as operações sendo retomadas apenas na sexta-feira, 2.
Já as bolsas de Nova York funcionam normalmente nesta terça e fecham apenas na quinta-feira, em razão do feriado de Ano Novo.