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Ibovespa hoje: com cenário externo negativo e novos ministros de Lula, bolsa fecha estável

Presidente eleito adotou tom moderado em discursos e falou em trabalhar para que "todos ganhem"; dólar caiu 0,33%

Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 22 de dezembro de 2022 às 10h38.

Última atualização em 22 de dezembro de 2022 às 18h55.

O Ibovespa terminou o dia estável nesta quinta-feira, 22, com investidores digerindo pronunciamentos do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva que marcaram a entrega do relatório final da equipe de transição e o anúncio de novos ministros. O vice-presidente Geraldo Alckmin, que coordenou a equipe de transição foi escolhido para oMinistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.Em tom moderado, Lula ressaltou a necessidade de auxiliar os mais necessitados, mas afirmou que irá trabalhar para que "todos ganhem". O dólar terminou em queda.

Para os analistas ouvidos pela Exame Invest, os nomes anunciados não surpreenderam e reforçaram as indicações políticas. O índice das principais ações da bolsa brasileira oscilou ficando abaixo dos 107 mil pontos na mínima e superando os 108 mil pontos na máxima. Segundo Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil, o pregão de hoje reforça que o rali de fim de ano está "cada vez mais distante" e o que o momento atual pede "rebalanceamento nas carteiras e cautela", considerando fatores externos e políticos.

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Exterior negativo

Durante a fala do presidente eleito, a bolsa chegou a tocar a máxima do dia, mas perdeu força, pressionada pelo cenário internacional negativo. "Não teve nenhuma surpresa o anúncio de ministérios. A bolsa está oscilando mais por fatores externos. Não houve nenhum nome que justificasse mudança de preços na bolsa, câmbio ou taxa de juros", disse Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed.

Nos Estados Unidos, os principais índices abriram e fecharam em baixa, com o Nasdaq chegando a cair mais de 2%.

A queda ocorre após o PIB americano do terceiro trimestre ser revisado para cima, de 2,9% para 3,2% de alta. Também foram revisados para cima o índices de preços do PIB e de gasto com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) do terceiro trimestre. Os dados, que indicam uma economia mais aquecida que a esperada, alimentam as expectativas de que o Federal Reserve seja mais duro no controle da inflação.

Mercado digere aprovação da PEC

Além do discurso sem sustos por parte de Lula, a aprovação da PEC da Transição no Congresso também ajuda o mercado brasileiro a se esquivar das perdas no exterior.

O texto passou em segundo turno na Câmara com impacto fiscal de R$ 168 bilhões reduzido de dois paara um ano, recebendo o aval do Senado na última noite.

A desidratação da PEC, já aventada por investidores, vem sendo precificada desde o início da semana, com o Ibovespa podendo chegar, hoje, ao quarto pregão seguido de alta.

"A aprovação da PEC foi uma vitória grande para o Lula, pois está iniciando o terceiro mandato com dinheiro em caixa. Mas o receio do mercado é a responsabilidade fiscal", disse Marcio Riauba, gerente da Mesa de Câmbio da StoneX.

Petrobras sustenta Ibovespa

Na bolsa, as ações da Petrobras subiram mais de 1%, sendo a principal contribuição positiva para o Ibovespa. A alta tem como pano de fundo a notícia do G1 de que o senador petista Jean Paul Prates será a escolha de Lula para assumir a estatal no próximo ano.

"Lá fora estamos tendo uma queda grande das gigantes do petróleo e aqui seria muito compreensível se a Petrobras também estivesse caindo, principalmente porque o dólar e o petróleo caem. Mas a companhia se encontra num patamar de preço que muitos consideram muito barata para as condições de mercado de hoje", diz Nícolas Merola, chefe de análise da Inv.

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