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Ibovespa volta do Carnaval em queda de quase 2%, com medo de Fed mais duro

Dados mais fortes da economia americana derrubaram bolsas internacionais na terça; mercado brasileiro, que esteve fechado, absorve perdas nesta quarta

Painel de cotações da B3: bolsa tem dia de forte queda na quarta-feira de cinzas (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3: bolsa tem dia de forte queda na quarta-feira de cinzas (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 22 de fevereiro de 2023 às 13h39.

Última atualização em 22 de fevereiro de 2023 às 18h31.

O Ibovespa fechou esta quarta-feira de cinzas, 22, em forte queda de 1,9%. O pregão foi reduzido, começando a partir das 13h e marcando o retorno das negociações após dois dias de bolsa fechada para o feriado de Carnaval. As perdas de hoje, a propósito, absorvem parte do saldo negativo do mercado internacional nos últimos dias. 

Na terça-feira, 21, as bolsas de Nova York caíram mais de 2%, com investidores precificando a necessidade de um aperto ainda mais duro na política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

O que piorou a percepção do mercado internacional foram indicadores de atividade da economia americana, que saíram mais fortes do que o esperado. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos acelerou de 46,8 para 50,2 pontos neste mês. O número ficou acima do consenso de 47,5 pontos. Os PMIs de Serviços e Industrial também superaram as expectativas do mercado, gerando uma dura reação nas bolsas de valores.

Com a economia mais forte, o Fed tem caminho livre para endurecer a política de juros de olho no controle da inflação. E como os juros mais altos prejudicam a renda variável, as bolsas de Wall Street tiveram seu pior desempenho do ano no pregão de ontem. 

Hoje, o clima negativo continuou em Nova York, com investidores analisando a ata da última decisão de juros do Fed. 

A ata reforçou que a inflação permaneceu “bem acima” da meta de 2% do Fed. O documento mostrou que as autoridades do Fed ainda acham que a inflação não deu sinais suficientes de arrefecimento. 

"É um dia de menor volume e ajuste do índice [em relação ao mercado internacional]. Os juros devem se manter mais altos nos EUA e isso tem preocupado os investidores, que devem estabelecer uma nova estratégia para este ano", comentou Piter Carvalho, economista-chefe da Valor Investimentos.

Outro fator que também puxou o Ibovespa para baixo foi o boletim Focus, divulgado na tarde de hoje. O Focus mede as expectativas médias de economistas sobre os rumos do país, e o boletim de hoje mostrou uma piora nas projeções de inflação. 

A estimativa para o IPCA de 2023 passou de 5,70% para 5,89%, ainda reagindo à discussão de uma possível revisão nas metas de inflação. A divulgação causou uma abertura na curva de juros que, por sua vez, prejudicou as ações na bolsa.

Juntando o mau humor no exterior com a incerteza local, o saldo foi um dia de queda generalizada aqui na bolsa brasileira. Entre as 88 ações do Ibovespa, só 8 fecharam o dia em alta.

Maiores altas e baixas do Ibovespa

Maiores baixas

A indústria da carne ficou entre as maiores quedas do dia. O setor é prejudicado pela suspeita da doença da “vaca louca” no Brasil. O Ministério da Agricultura investiga o caso em uma fazenda do Pará que, se confirmado, pode afetar as exportações de carne brasileira.

Além disso, as ações mais afetadas pela abertura da curva de juros recuaram em bloco. Setor de consumo e tecnologia foram alguns dos mais afetados e Via (VIIA3) ficou com a lanterna do índice.

Maiores altas

Na ponta oposta, as ações da Cyrela (CYRE3) subiram 1,6% e lideraram os ganhos do pregão.

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