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Ibovespa fecha em queda após Focus revisar Selic para dois dígitos neste ano

Perspectiva de juro mais alto tem como pano de fundo mudança de meta fiscal e incertezas associadas à política monetária americana

Ibovespa: investidores reagem mais fortemente ao Boletim Focus do que recuperação da Petrobras (PETR4) (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Ibovespa: investidores reagem mais fortemente ao Boletim Focus do que recuperação da Petrobras (PETR4) (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 20 de maio de 2024 às 10h25.

Última atualização em 20 de maio de 2024 às 17h50.

O Ibovespa fechou em queda de 0,31%, a 127.751 pontos nesta segunda-feira, 20 após revisão do consenso para a Selic no boletim Focus. A perspectiva passou de 9,75% para 10%. O  reajuste das expectativas ocorre na semana seguinte à divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que trouxe mais detalhes sobre a divisão entre os diretores que optaram pela manutenção e pela redução do ritmo de cortes.

Ibovespa hoje

  • IBOV: - 0,31% aos 128.751 pontos

Na última decisão, 5 diretores decidiram por um corte mais brando de 0,25 ponto percentual (p.p.), enquanto os outros 4 votaram pela continuidade do corte de 0,50 p.p., já sinalizado na reunião anterior. O detalhe é que todos os diretores que votaram por um corte de juros mais forte foram indicados pelo atual governo

Essa diretoria indicada pelo atual governo passará a ser maioria no fim do ano, data que coincide com o término do mandato do presidente do BC, Roberto Campos Neto."Essa decisão gerou a percepção de que podemos estar diante de um novo Banco Central. Isso deve levar ao aumento das expectativas de inflação, que aumentam o custo da política monetária", afirmou Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC e chairman da Jive-Mauá, em entrevista recente ao Vozes do Mercado, da Exame

Também pesaram sobre a revisão da Selic para o fim do ano a piora de perspectiva fiscal, com recente mudança de meta de superávit primário, e incertezas relacionadas à política monetária americana.

Investidores também pioraram as projeções, no Focus, para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024, de 3,76% para 3,80%. Já o IPCA para 2025 foi elevado pela terceira semana consecutiva, subindo de 3,66% para 3,74%

De olho no exterior

A queda da bolsa brasileira ocorreu na contramão dos principais índices americanos. O destaque, em Nova York, ficou para o Nasdaq, que chegou a bater máxima histórica e fechou em alta de 0,65%, com investidores à espera do balanço da Nvidia. O S&P 500 subiu 0,09%.

No radar ainda estiveram as falas de Michael Barr, vice-presidente do Federal Reserve, que disse que o desempenho recente da economia dos Estados Unidos tem sido "forte", com demanda por trabalhadores atendida pelo aumento na oferta, com mais participação na força de trabalho e mais imigrantes. Segundo ele, o crescimento é "sólido" e o desemprego está baixo, enquanto na inflação houve avanços nos dois últimos anos, mas "ainda há um caminho pela frente". Barr considerou que as leituras de inflação no primeiro trimestre "desapontaram", ecoando avaliação recente do Fed, em discurso durante evento do Fed de Atlanta em Fernandina Beach, na Flórida.

 

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