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Ibovespa sobe 5,4% e tem maior alta semanal do ano de olho na queda da inflação

Dados de inflação abaixo do esperado no Brasil e nos EUA impulsionam papéis; dólar cai quase 3%

Painel de cotações da B3: Ibovespa sobe mais de 5% na semana (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 14 de abril de 2023 às 10h04.

Última atualização em 14 de abril de 2023 às 17h35.

O Ibovespa subiu 5,4% no acumulado desta semana, seu melhor resultado semanal do ano. Mesmo com a leve queda de 0,2% nesta sexta-feira, 14, o principal índice da B3 ainda conseguiu manter um forte saldo positivo, impulsionado por dados de inflação que saíram abaixo do esperado tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Ibovespa na semana

Por aqui, a inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), surpreendeu para baixo na terça-feira. O IPCA de março ficou em 0,71%, abaixo do consenso de 0,78%. Já o IPCA de 12 meses desacelerou de 5,60% para 4,65%, ficando abaixo da expectativa, que era de 4,70%.

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No dia seguinte, foi a vez dos EUA surpreenderem positivamente. O Índice de Preço ao Produtor americano (PPI, na sigla em inglês) saiu bem abaixo das expectativas para o mês de março, caindo 0,5% em março ante expectativa de 0,1% de alta. No acumulado de 12 meses, o PPI para 2,7% ante o patamar anterior, que foi revisado para cima, de 4,6% para 4,9%.

Os dados alimentaram as expectativas de cortes de juros tanto nos EUA quanto no Brasil. "Lá fora, a inflação mais baixa na margem contribuiu. Aqui também, com o IPCA [mais baixo] e a questão do arcabouço fiscal. Somando tudo isso, o quadro para a propensão ao risco ficou muito melhor, o que se refletiu nos preços", comentou Bruno Lima, analista sênior de ações do BTG Pactual em morning call.

Vale lembrar que, no início da semana, o índice já vinha de uma toada positiva na expectativa da apresentação do arcabouço fiscal no Congresso. A chegada da nova norma no Poder Legislativo, que era esperada ainda para essa semana, foi adiada para a próxima segunda-feira, 14, e investidores seguem na expectativa.

No front negativo, o Ibovespa sofreu certa realização de lucros depois do rali de três dias nos primeiros pregões da semana. As ações de commodities também pesaram negativamente nos últimos pregões da semana, em meio a notícias de que a China pretende limitar a produção de aço no país, afetando as ações ligadas ao minério de ferro.

Nesta sexta-feira, a maior baixa do setor foi a CSN ( CSNA3 ), que desabou 7,55% após ter a recomendação rebaixada para venda pelo Goldman Sachs.

Outro fator que contribuiu para a queda do Ibovespa no último pregão da semana foi a Pesquisa Mensal de Serviços, que revelou contração do setor em 3,1% em janeiro. Frente ao mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 6,1%.

Dólar cai 2,8% na semana

Após a divulgação dos dados de inflação, o dólar perdeu força contra o real e acumulou baixa de 2,8% na semana. Nesta sexta-feira, a moeda americana caiu 0,2%, a R$ 4,915, após atingir R$ 4,96 na máxima e R$ 4,89 na mínima.

Maiores altas da bolsa de valores na semana

As maiores altas do Ibovespa na semana ficaram com ações ligadas à economia doméstica, que dispararam de olho na inflação. A maior alta foi da CVC ( CVCB3 ), que saltou quase 19% no período.

Maiores quedas da bolsa de valores na semana

E na ponta negativa, as maiores quedas ficaram com o setor de proteínas, em linha com as baixas de ontem. Na quinta-feira, os papéis caíram forte com o rebaixamento da recomendação da BRF ( BRFS3 ) pelo Bank of America (BofA). Os analistas do banco revisaram a recomendação para a ação paraunderperform, equivalente à venda. O preço-alvo também caiu, passando de R$ 9 para R$ 6,30.

Que horas fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.

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