Ibovespa acompanha exterior e fecha em queda
Investidores brasileiros tiveram sob a mira os dados econômicos do Livro Bege dos EUA e a alta do petróleo
Repórter de Invest
Publicado em 6 de setembro de 2023 às 10h43.
Última atualização em 6 de setembro de 2023 às 17h29.
Apesar da véspera de feriado, o Ibovespa desta quarta-feira, 6, não conseguiu se descolar do mau humor dos mercados internacionais. Em um dia sem grandes movimentações na Bolsa, o investidor foi impactado pela incerteza com relação à decisão de taxa de juros nos Estados Unidos e o avanço das commodities, sobretudo o petróleo.
Durante a tarde, o Livro Bege trouxe os dados sobre as condições monetárias dos EUA, que mostraram um crescimento econômico modesto entre os meses de julho e agosto, embora ainda persistam desequilíbrios no mercado de trabalho. Esses indicadores deverão ser usados nas próximas decisões do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
“Estamos na reta final das falas dos membros do Fed, a partir de sábado começa o blackout - período de silêncio até a próxima reunião, no dia 20. Entre hoje e sexta, teremos um calendário cheio de membros fazendo comentários”, explica Arthur Mota, analista do BTG Pactual, durante o Morning Call do banco.
Enquanto isso, as commodities também são destaque nas principais bolsas. Ainda acompanhando o anúncio dos cortes de produção na Arábia Saudita e na Rússia, feitos na terça, 5, o petróleo novamente fechou com a sua maior cotação desde novembro de 2022. O barril do Brent e o WTI avançaram 0,62% e 0,98%, cotados a US$ 90,60 e US$ 87,54, respectivamente.
Ibovespa hoje
IBOV: - 1,15%, aos 115.985 pontos.
Conforme aponta Caio Canez de Castro, sócio da GT Capital, a alta da commodity também acende um alerta sobre os juros nos EUA. “O preço do petróleo, que tem subido devido a restrição na oferta, também pressiona as expectativas de uma redução na taxa final de juros por lá, pois essa pausa temporária na alta do juros americanos já está tida como certa.”
Já o minério de ferro fechou com uma alta tímida de 0,1%, na Dalian Commodity Exchange (DCE), com a divulgação de dados de infraestrutura da China - que podem reacender a demanda pelo metal.
“Setembro é, historicamente, um mês em que o minério sobe justamente por ser um período em que as construções estão a todo vapor. Por isso, pode acontecer de vermos esse movimento positivo”, pontua Marcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX.
Já no Brasil, o Índice Geral de Preços (IGP-DI) apresentou alta de 0,05% em agosto, uma aceleração em relação ao observado em julho, quando havia deflacionado 0,4%. O indicador impactou a curva de juros, cujos vencimentos futuros curtos caíram enquanto os vencimentos longos subiram.
Maiores altas do Ibovespa
Entre os ganhos do dia, destaque para a Braskem que liderou a ponta positiva do índice. Isso porque, segundo fontes ouvidas pelo Valor Econômico, a petroquímica fará emissão de bonds com potencial de captação de US$ 1 bilhão.
Maiores quedas do Ibovespa
Na ponta negativa, a Vamos liderou as quedas após o JP Morgan cortar a recomendação de compra para neutra, além de reduzir o preço-alvo das ações. Outra queda expressiva foi da CVC.
“A crise no setor causada pela 123 Milhas trouxe oportunidade para as demais operadoras capturarem clientes, mas a CVC perdeu essa corrida e ficou com apenas 20% desta demanda, enquanto a Decolar ficou com 64%”, explica Castro.
Que horas fecha a bolsa de valores?
O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.