(Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)
Publicado em 3 de novembro de 2023 às 10h35.
Última atualização em 3 de novembro de 2023 às 17h32.
O Ibovespa disparou nesta sexta-feira, 3, e fechou em alta de 2,70%. O movimento positivo foi uma reação dos investidores aos dados do mercado de trabalho americano e às sinalizações de novos cortes de juros no Brasil. O otimismo também foi refletido nas bolsas americanas. Nasdaq apresentou alta de 1,38%, enquanto S&P 500 variou positivamente em 0,94% e Dow Jones fechou em 0,66%.
IBOV: +2,70%, aos 118.159 pontos.
Os números divulgados pelo Departamento de Estatísticas Trabalhistas dos EUA revelaram uma alta da taxa de desemprego americana para 3,9% em outubro. O consenso era de manutenção do patamar anterior de 3,8%. Sinais de desaquecimento da economia americana também surgiram no payroll desta sexta, que revelou a criação de 150.000 empregos urbanos em outubro. A expectativa era de 180.000 empregos. Os números do mês anterior ainda foram revisados para baixo, de 336.000 para 298.000.
O desaquecimento do mercado trabalho dos Estados Unidos aumenta as expectativas de que o Federal Reserve seja mais brando na condução da política monetária dos Estados Unidos. Essa perspectiva se refletiu especialmente nas curvas de juros dos Estados Unidos, que passaram a precificar menos de 10% de chance de o Fed subir juros em dezembro. Na véspera, antes dos dados do payroll, essa probabilidade era precificada me 20%, segundo dados do monitor do CME Group.
"Os números divulgados hoje aumentam as chances do Fed manter os juros estáveis na próxima reunião, em dezembro. Por ora, reduziram-se as chances de o Fed promover mais uma alta nos juros ainda este ano, mas acreditamos que a autoridade monetária só deve começar a cortá-los, de forma gradual, mais para o fim de 2024", escreveu em nota Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank.
Já o rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos fecharam em queda de 2,03% para próximo de 4,57%. Há duas semanas, em outubro, tal rendimento chegou a 5%, o maior patamar em 16 anos.
"A alta do Ibov é impulsionada, em grande parte, por conta da queda desses yields na curva de juros americana, em especial nos vértices mais longos, destaque para o juros de 10 anos. É um desenvolvimento importante que espalha para outros mercados, notadamente o mercado brasileiro. Aqui no Brasil, também já observamos uma queda muito forte em diferentes vértices, o que impulsiona os ativos de risco de maneira muito forte", explica Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
As perspectivas para a política monetária brasileira também são favoráveis. Na noite de quarta-feira, 1, antes do feriado, o Comitê de Política Monetária (Copom) confirmou a queda da Selic para 12,25% e sinalizou que irá manter o ritmo de cortes em 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.
"O destaque do comunicado do Copom foi a continuação do uso do plural nas sinalizações dos próximos cortes. O contexto, desde a última reunião, era de precificação da possibilidade de redução do ritmo de corte pela curva de juros", comentou em nota Alexandre Lohmann, economista-chefe da Constância Investimentos.
O dólar hoje fechou em queda. Nesta sexta, a moeda americana caiu 0,07 %, a R$ 4,896. Na quarta, o dólar fechou em queda de 1,36%, cotado a R$ 4,973.
Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice.
Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o IBOV está em 100.000 pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de 100.000 reais.
O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.