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Ibovespa futuro tem leva queda após dia tenso no mercado global

Segunda-feira foi marcada pela aversão ao risco com dólar chegando a bater R$ 5,82

O Ibovespa acompanhou os mercados na segunda-feira após uma série de notícias ruins (Germano Lüders/Exame)

O Ibovespa acompanhou os mercados na segunda-feira após uma série de notícias ruins (Germano Lüders/Exame)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 6 de agosto de 2024 às 06h42.

Após registrar perdas de 1,2% nesta segunda-feira, seguindo o movimento de tombo em diversos mercados globais em razão de sucessivas notícias negativas, o Ibovespa futuro tinha queda de 0,3% nesta terça-feira, acompanhando um movimento mais "racional" nas Bolsas.

O FTSE de Londres e o DAX de Frankfurt operavam na estabilidade. Já o CAC, na França, perdia 0,46%.

Já no pré-mercado dos EUA, os principais índices registravam altas após a derrocada da segunda-feira. O S&P 500 tinha alta de 0,4%, o Dow Jones ganhava 0,1% e o Nasdaq tinha +0,4%.

Na Ásia, depois de quedas superiores a 12%, os mercados voltaram à normalidade. O índice Nikkei disparou 10,2%. Já a China teve movimento mais discreto, com alta de 0,2% em Xangai e queda de 0,3% em Hong Kong.

O movimento da segunda-feira também impactou o dólar, que chegou a bater a marca dos R$ 5,826 às 9h13, maior alta desde 15 de maio de 2020, quando fechou em R$ 5,838. A moeda americana encerrou o dia em alta de 0,56%, cotada a R$ 5,741.

A liquidação nas Bolsas foi uma continuação do movimento da última sexta-feira, 2, quando os mercados engoliram mal os dados do payroll. O relatório de empregos não-agrícolas dos Estados Unidos mostrou dados abaixo do esperado pelo mercado, e se tornou combustível para a grande preocupação do momento: que a maior economia do mundo possa estar entrando em uma recessão.

O setor tech foi especialmente afetado na segunda-feira. Uma grande baixa veio da Apple: as ações da companhia caíram 4,82% depois que o megainvestidor Warren Buffett reduziu a participação da Berkshire Hathaway na empresa em quase 40% durante o segundo trimestre de 2024. A decisão criou uma onda de especulações entre investidores e analistas do mercado financeiro que alimentou a queda do setor.

Para completar o fraco desemprego das big techs, a Nvidia caiu 6,36% nesta segunda-feira. A gigante de semicondutores amarga duras perdas após um relatório de que o lançamento de seus próximos chips de inteligência artificial (IA) pode ser adiado em três meses devido a falhas de design, o que poderia impactar clientes como Meta, dona do Facebook, Google, da Alphabet, e Microsoft.

O aumento dos juros pelo Banco do Japão na semana passada também foi um driver que ajudou no tombo do mercado asiático. O BoJ elevou sua taxa de juros de 0,10% para 0,25% ao ano. A taxa, embora pequena, é a maior desde 2008, o que também ajuda a migrar o fluxo de capital de renda variável para renda fixa.

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