Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
Repórter
Publicado em 9 de dezembro de 2025 às 18h45.
Última atualização em 9 de dezembro de 2025 às 19h27.
Em uma sessão marcada por forte volatilidade, o Ibovespa alternou entre altas e baixas, encerrando o dia em leve queda de 0,13%, aos 157.981 pontos, e o dólar fechou o dia em alta de 0,26%, cotado a R$ 5,435.
Durante a manhã, o principal índice acionário da B3 chegou a cair mais de 1%, atingindo a mínima intradiária de 155.188 pontos, após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmar que sua candidatura à Presidência é "irreversível" e que não existe a possibilidade de "voltar atrás".
"O meu preço é o Bolsonaro livre, e nas urnas. Ou seja, não tem preço. Essa é a conclusão. Vamos explicar, porque parece que eu estou me colocando à venda, e não é isso", afirmou o senador à imprensa reunida na sede da Polícia Federal, em Brasília, após fazer uma visita ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Thiago Calestine, economista e sócio da Dom Investimentos, o mercado reage negativamente à candidatura de Flávio porque ela reforça a manutenção do governo atual, sem perspectivas de mudanças nas condições macroeconômicas, como a política fiscal.
"O mercado estava comprando muito mais que o Bolsonaro iria apoiar o [governador de São Paulo] Tarcísio de Freitas e que a gente poderia ter uma chance contra o atual governo. Então o mercado acaba se estressando, a candidatura de Flávio remete à polarização entre direita e esquerda que temos aqui no Brasil", afirma Calestine.
Isso explica a queda da Bolsa e a alta do dólar e também dos juros, refletindo aversão ao risco. Os setores, porém, se comportam de forma desigual: bancos recuam, enquanto commodities e grandes pesos do índice, como Petrobras (PETR3 e PETR4) e Vale (VALE3), avançam.
A sessão também foi marcada pela inclusão Projeto de Lei (PL) da Dosimetria na pauta de votação da Câmara dos Deputados.
O projeto prevê a revisão e a redução de penas impostas a envolvidos nos atos de 8 de janeiro e aos acusados pela trama golpista e, segundo o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), permitirá que Bolsonaro cumpra apenas 2 anos e 4 meses de prisão em regime fechado, caso o texto seja aprovado pelo Congresso.
Também pesou nas negociação a cautela com expectativa voltada para o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) na "superquarta" e a continuidade do ciclo de cortes de juros nos Estados, que poderia favorecer a Bolsa, embora hoje isso não se reflitiu no pregão.