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Ibovespa recua com NY à espera de ata do Fed; Vale cai mais de 2%

Mercado teme que ata tenha abordado a à alta da inflação americana, que já preocupa investidores do mundo todo

Painel de cotações da B3, em São Paulo | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3, em São Paulo | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 19 de maio de 2021 às 15h00.

Última atualização em 19 de maio de 2021 às 16h13.

O Ibovespa cai nesta quarta-feira, 19, com investidores fugindo de ativos de risco com temores de inflação nos Estados Unidos rondando o mercado. Às 16h10, o principal índice da B3 caía 0,68% para 122.144 pontos.

No exterior, investidores acompanharam nesta tarde a divulgação da ata do FOMC (comitê de política monetária dos Estados Unidos). O documento indicou que os níveis de atividade e de emprego ainda estão "muito longe" do objetivo traçado pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano).

Ainda assim, investidores temem que a aceleração da inflação obrigue o Fed a cortar os estímulos antes do esperado, prejudicando investimentos mais arriscados como ativos de renda variável e bolsas de países emergentes. Referência para todas as bolsas do mundo, os principais índices americanos recuam em torno de 1%.

No Brasil, a inflação também preocupa. Divulgada nesta manhã, a segunda prévia do IGP-M de maio acelerou de 0,26% na primeira prévia para 3,83%. O número ficou 36% acima das projeções de mercado de 2,81%. O IGP-M acumulado em 12 meses já supera 30%.

André Perfeito, economista-chefe da Necton, chama atenção para a diferença do Índice de Preço ao Consumidor (que tem mais peso no IPCA) e o Índice de Preço ao Produtor (com maior participação no IGP-M). "Este deslocamento sugere que não estão conseguindo repassar a alta dos custos, apontando para a redução das margens de lucro de maneira generalizada. Se isso se confirmar, investimentos podem ser comprometidos", afirma em nota.

Além da inflação, investidores brasileiros seguem atentos aos desdobramentos da CPI da Covid, que hoje tem a presença do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Em meio às complicações do cenário externo, a CPI, contudo, volta a ser apenas um tema secundário nas mesas de negociação.

Destaques

Com investidores olhando para o copo meio-cheio, o que de Brasília tem chamado mais a atenção do mercado é o andamento do projeto de privatização da Eletrobras (ELET3/ELET6). A expectativa é de que o texto seja votado na Câmara nesta quarta. Na bolsa, as ações da empresa estão entre as maiores altas do dia, com valorização superior a 3%.

Por outro lado, a principal ação do Ibovespa, a ação Vale (VALE3) cai mais de 2%, após o preço do minério de ferro ter caído na China, e pressiona negativamente o índice. Com grande participação na mineradora, a holding do Bradesco, Bradespar (BRAP4), recua 2,28%. Nessa mesma linha, os papéis de siderúrgicas apresentam fortes quedas, com CSN (CSNA3) Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) caindo mais de 2%.

Criptos

No radar dos investidores, também estão a forte queda do mercado de criptomoedas, com o Bitcoin recuando cerca de 15% e a Ethereum (a segunda mais negociada) com desvalorização superior a 20%. O ETF de criptomoedas HASH11 cai mais de 10%. O motivo de tamanha depreciação se encontra na Ásia. Segundo a AFP, nesta quarta, diversas instituições financeiras da China alertaram que criptomoedas "não são moedas verdadeiras" e falaram sobre os perigos de "especulação".

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