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Ibovespa fecha em queda de 0,51% e dá adeus a rali; dólar também cai

Índice acumulava sete pregões de alta; agora está abaixo do patamar dos 117 mil pontos

Painel; dBolsa; iBovespa; B3


Germano Lüders
20/10/2016 (Germano Lüders/Exame)

Painel; dBolsa; iBovespa; B3 Germano Lüders 20/10/2016 (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 13 de junho de 2023 às 10h28.

Última atualização em 13 de junho de 2023 às 18h02.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abandonou o rali observado nos últimos sete pregões e fechou em baixa de 0,51%, a 116.742 pontos. Parte da queda se deve ao recuo das ações da Petrobras (PETR3/ PETR4), que caíram 2,81% e 1,51%, respectivamente. O papel da estatal é um dos maiores peso no índice.

Nesta terça-feira, os investidores digeriram os dados de inflação dos Estados Unidos. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês)  subiu 0,1% em maio, segundo dados com ajustes sazonais publicados pelo Departamento do Trabalho. A taxa anual caiu de 4,9% para 4%. O resultado anual é o menor desde março de 2021, quando a inflação começou a subir para o que se tornaria o maior nível em 41 anos. Os dados estão em linha com as expectativas do mercado.

Amanhã, os investidores acompanham a decisão do Federal Reserve (Fed). A expectativa é que as autoridades do Banco Central americano estão prontas para respirar depois de mais de um ano elevando as taxas de juros, uma medida que provavelmente será acompanhada por um forte sinal de que estão preparadas para continuar subindo, se necessário for. 

Ibovespa

  • IBOV: -0,51%, 116.742 pontos
  • Dólar comercial: -0,08%, R$ 4,862

Turismo em queda

A decisão da Opep puxou as cotações do petróleo. O contrato Brent para agosto avançou 3,41% a US$ 74,99 por barril. Já o WTI para julho subiu 3,43%, para US$ 69,42. Isso afetou as ações das aéreas, Azul (AZUL4 -4,42%) e Gol (GOLL4 -5,03%) e, por tabela, as da CVC (CVCB3 -6,90%), que lideraram as perdas.

Azul

    Nem mesmo o lançamento da oferta de troca dos títulos de dívida aliviaram a queda das ações da Azul, que caíram 4,43%.A empresa anunciou a oferta de troca para seus títulos com vencimento em 2024 e 2026 (senior notes), para títulos de longo prazo com vencimento em 2029 e 2030, respectivamente. A oferta faz parte do plano de estruturação financeira anunciado pela empresa em março. A primeira etapa desse plano foi um acordo com empresas de arrendamento e fabricantes de aeronaves, anunciado também em março.

    A companhia já renegociou com 65% dos detentores de seus títulos de dívida para trocá-los dos vencimentos de 2024 e 2026 para 2029 e 2030, respectivamente. Em maio, a companhia aérea fechou acordo com 95% dos arrendadores de aeronaves. Segundo a companhia, os novos títulos contarão com um novo cupom, mais vantajoso do que taxas encontradas atualmente em transações financeiras de empresas de perfil similares, e um pacote de garantia compartilhada de natureza secundária, que permitirá que a Azul utilize este mesmo pacote para celebrar novos acordos de natureza financeira no futuro.

    As ações da concorrente Gol recuaram 5,03%. 

    CVC

    Para tentar voltar a ser mais rentável, a CVC (CVCB3) fechou uma parceria com a Gol, numa estratégia de voltar a conquistar grande público com preços promocionais. A campanha “Feirão de Férias CVC”, com pacotes promocionais para diversos destinos no Brasil e no mundo, tem descontos de até 50% e preços a partir de dez parcelas de R$ 68. Ainda assim, a ação fechou em baixa de 6,90%. 

    Americanas

    • AMER3:  6,03%

    Uma das maiores altas da bolsa, a ação da Americanas disparou após a empresa divulgar que as informações preliminares da investigação que apontaram que as demonstrações financeiras da empresa vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior, o relatório teve como base documentos de achados do comitê independente contratado pela empresa. Assessores jurídicos da companhia e o conselho se reuniram ontem para apresentação do relatório de achados preliminares.

    Foram identificados diversos contratos de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares, incentivos comerciais usualmente utilizados no setor de varejo, que teriam sido artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais da Americanas como redutores de custo, mas sem efetiva contratação com fornecedores.  

    Esses lançamentos, feitos durante um “significativo período”, atingiram, em números preliminares e não auditados, o saldo de R$21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022. Contrapartidas contábeis desses contratos foram lançadas como redutores da conta de fornecedores, num valor de R$ 17,7 bilhões (números ainda não auditados).  

    A diferença de R$4,0 bilhões teve como contrapartidas lançamentos contábeis em outras contas do ativo da Americanas. Além disso, para gerar o caixa necessário para a continuidade das operações, a diretoria anterior contratou uma série de financiamentos com bancos dos quais a companhia é devedora, sem as devidas aprovações societárias. Todas foram contabilizadas de forma inadequada, segundo o documento, no balanço de 30 de setembro de 2022 na conta de fornecedores, da seguinte forma: operações de financiamento de compras (risco sacado, forfait ou confirming) de R$18,4 bilhões e operações de financiamento de capital de giro de R$2,2 bilhões. 

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