Follow-on das Casas Bahia: sem levantar o caixa esperado, oferta de ações derrubou os papéis da companhia (Germano Lüders/Exame)
Repórter de Invest
Publicado em 15 de setembro de 2023 às 13h32.
Última atualização em 15 de setembro de 2023 às 13h37.
Pelo segundo dia consecutivo, as ações do Grupo Casas Bahia (VIIA3), ex-Via, derretem no Ibovespa. Por volta das 13h30 os papéis caiam 10%, sendo negociadas a R$ 0,81. Desde que fez a sua oferta subsequente de ações (follow-on), na última quarta-feira, 13, a varejista já perdeu R$ 479.529.386,70 de valor de mercado. Nos últimos dois dias, a desvalorização foi de cerca 30%.
O objetivo da empresa era levantar R$ 981 milhões, na tentativa de reforçar caixa, mas acabou abocanhando R$ 622,9 milhões, com papéis precificados a R$ 0,80 - valor 28% abaixo do fechamento anterior em R$ 1,11.
Sob esse cenário, a escolha de muitos investidores foi de se desfazer dos papéis, intensificando o movimento de queda pelo qual a varejista passa. No Ibovespa da última quinta, as ações da VIIA3 tiveram uma queda de 19,82%, cotados a R$ 0,90.
Ainda que a oferta de ações tenha ficado abaixo do esperado, em comunicado, o grupo afirma que o montante pode subir para R$ 1,121 bilhão. Para que isso aconteça, todos os 622.919.426 bônus de subscrição - cuja razão é de 4 para cada 5 ações subscritas - devem ser exercidos.
Vale lembrar que as ações emitidas e os bônus de subscrição passarão a ser negociados a partir de 18 de setembro. O crédito dos bônus na conta de custódia dos subscritores das ações ocorrerá no próximo dia 20.
O follow-on abaixo das expectativas ajudou a reforçar o receio do mercado com a alta alavancagem do Grupo Casas Bahia e os fracos resultados operacionais que têm sido apresentados.
A companhia, que trocou seu diretor-presidente no primeiro semestre do ano, registrou prejuízo de R$ 492 milhões no segundo trimestre. A Casas Bahia afirmou que usará os recursos da oferta para melhorar sua estrutura de capital.