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Ação da GameStop afunda 44% em NY após corretoras restringirem trades

No pior momento do dia, os papéis da rede de lojas de videogames americana caíram 52%; ainda assim, mesmo com a queda hoje, as ações acumulam na semana ganhos de quase 200%

 (Spencer Platt/Getty Images)

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Paula Barra

Publicado em 28 de janeiro de 2021 às 16h45.

Última atualização em 28 de janeiro de 2021 às 19h05.

As ações da GameStop, rede de lojas de videogames americana, que têm sido destaque no mercado por conta de uma disputa entre investidores pessoas físicas e grandes fundos de investimentos, afundaram 44,29%, para 193,60 dólares, na Bolsa de Nova York nesta quinta-feira, 28. O movimento ocorreu após corretoras restringirem a negociação dos papéis.

Na primeira hora do pregão, contudo, os papéis até chegaram a subir 35%, variação máxima do dia, mas viraram para queda rapidamente depois que começaram a pipocar notícias de que corretoras americanas -- como a RobinHood, Interactive Brokers e TD Ameritrade -- estavam limitando os trades com os papéis. No pior momento do pregão, os ativos se desvalorizaram 52,5%.

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Essa foi a primeira queda das ações após cinco pregões seguidos de ganhos. Ainda assim, na semana, acumulam valorização de 197%. No ano, a alta até o momento é de 927%. Os papéis encerraram 2020 cotados em 18,84 dólares.

Em nota, a RobinHood disse que bloqueou a possibilidade de negociação com certas ações, incluindo a GameStop e AMC Entertainment Holdings, devido ao aumento significativo da volatilidade do mercado, com o objetivo de ajudar os investidores a tomarem decisões informados. A corretora também elevou os requisitos de margem nas negociações, deixando mais difícil para os traders usarem alavancagem para abrirem posições com ações e opções.

A Securities and Exchange Commission (SEC), a comissão de valores mobiliários americana, e a Casa Branca disseram nesta quarta-feira que estão monitorando a situação.

O que está por trás da alta das ações nos últimos meses?

Reunidos em um fórum no Reddit, chamada WallStreetBets, com 2,8 milhões de integrantes, investidores individuais estimularam um movimento de compras em massa das ações da empresa, uma varejista tradicional, com negócios ancorados em lojas físicas e que tinha previsão de fechar mil lojas no ano fiscal que termina no fim deste mês.

A escalada das ações resultou em perdas bilionárias para fundos de investimento que fizeram operações especulativas apostando que as ações da varejista iam cair.

Como a GameStop tem diversas lojas físicas, foi bastante afetada pela pandemia. Os investidores veteranos de Wall Street avaliavam que a tendência para o papel era de queda. Muitos fizeram então a chamada “venda a descoberto”.

Trata-se de uma estratégia adotada quando se avalia que o preço de uma ação vai cair no futuro. O investidor não tem o papel em carteira, mas se compromete a comprá-lo adiante, com a expectativa de fazer isso a um valor mais baixo do que o da cotação atual e ganhar com a diferença de preços.

A compra em massa dos papéis da GameStop fez, no entanto, que os papéis disparassem. Estes investidores tiveram então de comprar as ações a um valor muito mais alto, levando-os a perda bilionária em um único pregão.

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