Congresso Nacional | Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Guilherme Guilherme
Publicado em 2 de setembro de 2021 às 07h11.
Última atualização em 2 de setembro de 2021 às 08h04.
Nesta quinta-feira, 2, o mercado brasileiro deve repercutir a taxação em 20% sobre dividendos e o fim do juro sobre capital próprio (JCP), incluídos na reforma do imposto de renda aprovada pela Câmara na última noite. A mudança deve afetar praticamente todas as empresas da bolsa.
Embora já houvesse alguma expectativa sobre uma legislação semelhante desde a apresentação da reforma tributária, a aprovação deve levar a uma precificação mais contundente da taxação de dividendos. Resta saber se o tema irá ou não se sobrepor ao cenário internacional, que indica mais um dia positivo nas bolsas de Nova York.
Os índices futuros americanos avançam cerca de 0,2% nesta manhã, na mesma magnitude do europeu Stoxx 600, enquanto investidores aguardam os dados de pedidos de seguro desemprego dos Estados Unidos. A divulgação será a última do mercado de trabalho americano antes da publicação do payroll, o relatório de empregos não agrícolas, considerado um dos principais indicadores econômicos do mundo.
Na véspera, os dados do ADP, conhecidos como “prévia do payroll” saiu bem pior do que o esperado, levando a uma reação positiva no mercado, tendo em vista a maior pressão para que o Federal Reserve mantenha por mais tempo os estímulos por meio de compra de ativos. Para o payroll de amanhã, o consenso é de que sejam reveladas 750.000 vagas criadas.
Enquanto isso, o mercado internacional digere o índice de preço ao produtor (IPP) da Zona do Euro, que voltou a superar as estimativas, aumentando os temores sobre a inflação na Europa. Referente ao mês de agosto, o IPP teve alta mensal de 2,3% contra os 1,1% esperados, já o IPP anual saiu de 10,2% para 12,1%.
Ainda nesta quinta será divulgada a produção industrial brasileira referente a julho. A expectativa é de uma contração mensal de 0,5% e alta anual de 1,8%. A divulgação está prevista para às 9h.
As ações da empresa de fertilizantes Vittia (VITT3) devem estrear na B3 nesta quinta, após serem precificadas a 8,6 reais, no piso da faixa indicativa. A oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), feita com esforços restritos, movimentou 359 milhões de reais, sendo cerca de 15% destinado ao caixa. Com esse dinheiro, a companhia espera fazer aquisições estratégicas.
A Smiles informou na última noite ter aprovado a incorporação da companhia por sua controladora e única acionista GOL (GOLL4). Com a reorganização societária, a Smiles será extinta.
A Kora Saúde (KRSA3) firmou um contrato para a compra de até 75% da Angiocardis, focada em procedimentos de cardiologia intervencionista. Feita por meio de sua subsidiária Ilha do Boi, a aquisição foi feita por 7,1 milhões de reais.
Ainda no setor de saúde, a Oncoclínicas (ONCO3) concluiu a compra total do Centro Brasileiro de Radioterapia Oncologia e Mastologia, o CEBROM. O valor estipulado para a operação foi de 190,5 milhões de reais, com sinergias estimadas em 25 milhões de reais para 2022.
“Esta aquisição representa um importante avanço para o Grupo Oncoclínicas na estratégia de consolidação do mercado de oncologia clínica na região Centro Oeste do Brasil”, afirma a empresa em fato relevante.