São Paulo – A equipe de pesquisa do BMO Capital Markets revisou nesta quinta-feira (17) para baixo as suas projeções para o desempenho dos ADRs (American Depositary Receipts) da Fibria Celulose, maior produtora da matéria-prima no mundo.

O relatório assinado pelo analista Stephen Atkinson destaca que o preço-alvo por ADR caiu de 14 para 13 dólares no final de 2011. O BMO Markets Capital justifica sua decisão por conta do aumento nos estoques da companhia, além da queda de 5% nos preços de venda da celulose no quarto trimestre de 2010.

O analista projeta um lucro de 0,14 dólar por cada ADR. A cifra está ligeiramente acima do consenso do mercado, que espera por um avanço de 0,12 dólar por ADR.

“Nos diminuímos nossas previsões para 2010 e 2011 com o objetivo de refletir a apreciação de 2% do real contra o dólar, além de maiores pagamentos de juros devido ao aumento nos gastos de capital”, afirmou Atkinson. Na opinião dele, os projetos estão caros.

Ativos

A equipe do BMO Capital Markets considera que a Fibria Celulose é relativamente de baixo custo, “mas isso já está mais do que precificado na ação da companhia”. A recomendação para a companhia é underperform (performance abaixo da média do mercado).

Copacel

Em 22 de dezembro do ano passado, a Fibria vendeu para a Suzano Papel e Celulose os seus ativos no Consórcio Paulista de Papel e Celulose (Conpacel), que compreende a fábrica de papel e celulose, por R$ 1,45 bilhão.

A planta tem capacidade produtiva de 390 mil toneladas anuais de papel, e aproximadamente 650 mil toneladas anuais de celulose. Para a equipe do BMO Capital Markets, isso é preocupante. “Estamos com receio de que o balanço gere uma guerra nos preços da celulose”, diz Atkinson.

Resultados

Entre outubro e dezembro de 2010, o lucro líquido da companhia totalizou 162 milhões de reais, contra 35 milhões de reais apurado em igual época do ano anterior. Apesar desse resultado, o lucro líquido anual recuou 77%, para 603 milhões de reais.