Agenda do dia: indicador de varejo no Brasil e fala de dissidente do Fed são destaque (Germano Luders/Exame)
Redação Exame
Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 06h00.
Juros e ações de tecnologia são dois temas que estão pautando os mercados na reta final desta semana. Depois que o Federal Reserve cortou os juros dos Estados Unidos pela terceira vez consecutiva, pairam no ar incertezas sobre os passos que a autoridade monetária dará em 2026, quando Jerome Powell deixará o cargo de chairman. Em paralelo, aumentam as dúvidas se os investimentos massivos que as empresas têm feito em inteligência artificial vão se pagar. O temor de uma bolha voltou a fazer preço após a divulgação dos últimos resultados da Oracle, que apresentou receitas menores e uma maior perspectiva de endividamento, na esteira de investimentos bilionários em IA. A ação da companhia tombou mais de 10%.
No Brasil, o tom duro do Comitê Política de Monetária (Copom) trouxe ceticismo em relação a um corte da taxa em Selic em janeiro, como previam alguns bancos e casas de análise. Juros altos por mais tempo jogam contra ativos de risco e pressionaram o Ibovespa na sessão de ontem. O índice ainda conseguiu fechar com uma alta irrisória, mantendo os 159 mil pontos. O jogo eleitoral e as tensões no Congresso Nacional também vão continuar no radar do investidor.
A agenda de indicadores econômicos em si têm poucos números com potencial de fazer preço. No Brasil, o destaque é a divulgação do resultado do setor de serviços de outubro. Analistas ouvidos pela Reuters projetam alta de 0,2% na comparação mensal e avanço de 2,5% frente ao mesmo período do ano passado. O indicador é fundamental para medir o ritmo da atividade em um segmento que responde por mais de 70% do PIB, servindo como termômetro para o desempenho econômico no último trimestre.
Também está prevista a divulgação do Prisma Fiscal, relatório que consolida as expectativas para as contas públicas e pode influenciar a percepção sobre trajetória da dívida e espaço para políticas econômicas.
No cenário internacional, em um dia sem grandes indicadores, os investidores monitoram discursos de autoridades monetárias dos Estados Unidos. Às 12h00 (horário de Brasília), fala Ana Paulson, presidente do Fed da Filadélfia. Às 12h30, será a vez de Beth Hammack, presidente do Fed de Cleveland. A agenda se encerra às 14h35, com o discurso de Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago — ele foi um dos dissidentes da última reunião da autoridade monetária, votando pela manutenção dos juros em vez de uma redução.