Moody's: "Desde o início do ano, o crescimento do PIB real provou ser mais forte e resiliente a altas taxas de juros e às graves inundações que atingiram o Brasil no início deste ano" (Emmanuel Dunand/AFP/AFP)
Publicado em 1 de outubro de 2024 às 18h33.
Última atualização em 1 de outubro de 2024 às 18h45.
O ETF EWZ, que replica o desempenho do índice MSCI Brasil, subiu cerca de 1% no pós-mercado desta terça-feira, 1º, após a agência Moody's revisar o rating de Ba2 para Ba1, mantendo a perspectiva positiva. O ETF é composto por ações de empresas brasileiras e é negociado nos Estados Unidos.
A revisão ocorreu poucos meses após a agência ter atribuído uma perspectiva positiva ao rating do país, em maio de 2024, reforçando a tendência de melhora das notas de crédito, iniciada em 2023. O Brasil agora está a um passo de alcançar o grau de investimento pela Moody’s.
Segundo comunicado da agência, a elevação do crédito do país se deve ao "desempenho robusto do crescimento do PIB e ao histórico recente de reformas econômicas e fiscais".
A Moody's projeta que o PIB brasileiro crescerá 2,5% este ano, comparado à projeção anterior de 2%. A agência avalia que isso reflete "um desempenho de crescimento muito mais sólido em comparação aos anos pré-pandemia, em parte resultado de reformas estruturais implementadas por administrações sucessivas em várias áreas de políticas públicas".
"Desde o início do ano, o crescimento do PIB real provou ser mais forte e resiliente às altas taxas de juros e às graves inundações que atingiram o Brasil no início deste ano. Além disso, o desempenho fiscal e o orçamento apresentado pelo governo para o próximo ano mantêm-se consistentes com as metas fiscais", diz trecho do relatório.
A agência destaca o compromisso do governo com as metas fiscais e com a estabilização da trajetória da dívida em relação ao PIB como fatores fundamentais para a perspectiva positiva do novo rating.
Segundo a Moody's, a perspectiva positiva para o Brasil se baseia na possibilidade de "crescimento sólido sustentado" e na "implementação de medidas de controle de gastos que apoiem o cumprimento do arcabouço fiscal", reduzindo a incerteza em torno da trajetória da dívida e aumentando a credibilidade da política fiscal.
"Do lado fiscal, manter o compromisso com as metas e introduzir medidas de controle de gastos para conter o aumento das despesas obrigatórias garantiria o cumprimento do arcabouço fiscal, ajudando a construir a credibilidade da política fiscal e a ancorar as expectativas do mercado", afirma a Moody's.