Moody's: agência alertou que a atual nota de crédito do país "é impulsionada pela solidez fiscal ainda relativamente fraca (Michael Nagle/Bloomberg/Getty Images)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 1 de maio de 2024 às 13h24.
Última atualização em 1 de maio de 2024 às 13h33.
A agência de classificação de riscos Moody's reafirmou nesta quarta-feira, 1, que a nota de crédito do Brasil permanece em Ba2, mas alterou a perspectativa para a economia brasileira de estável para positiva. A decisão é a primeira movimentação desde 2018, quando houve a mudança de perspectiva de negativa para estável.
A Moody's afirmou, em nota, que as perspectivas de crescimento do Brasil são mais robustas do que nos anos pré-pandemia, apoiadas pela implementação de reformas estruturais em múltiplas administrações, bem como pela presença de barreiras institucionais que reduzem a incerteza em torno da direção política futura.
"A mudança da perspectiva para positiva é sustentada pela avaliação da Moody's de que um crescimento mais robusto, combinado com um progresso contínuo, embora gradual, em direção à consolidação fiscal, pode permitir a estabilização da carga da dívida do Brasil. Contudo, existem riscos para a execução por parte do governo da consolidação fiscal contínua", informou a agência.
Apesar da melhora da perspectiva, a Moody's alertou que a atual nota de crédito do país "é impulsionada pela solidez fiscal ainda relativamente fraca, dada a elevada carga da dívida e a fraca acessibilidade da dívida do Brasil, que permanece sensível a choques econômicos ou financeiros".
A classificação Ba2 também leva em conta, informou a agência a força de crédito subjacente do soberano, incluindo uma economia grande e diversificada, instituições e governação moderadamente fortes e uma forte posição externa.
Em nota, o Ministério da Fazenda comemorou a decisão da agência de classificação de risco e reafirmou o compromisso do país com uma trajetória sustentável para as contas públicas, combinando esforços para melhorar a arrecadação e para conter a dinâmica das despesas.
"O melhor balanço fiscal do governo levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito. Desta forma, serão criadas as condições para a ampliação dos investimentos públicos e privados e a geração de empregos, aumento da renda e maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do Brasil", informou a pasta.