Bolsa: mercado repercute andamento do pacote fiscal (Patricia Monteiro/Bloomberg/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 17 de dezembro de 2024 às 09h16.
Última atualização em 17 de dezembro de 2024 às 12h00.
O ETF EWZ, que replica o desempenho do índice MSCI Brasil, operava em queda de 4,57% na pré-abertura desta terça-feira, dia 17. O dólar abriu em forte alta de 0,81% a R$ 6,1434.
A movimentação reflete a reação do mercado à divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e ao cenário fiscal no Congresso.
Na última semana, o Copom acelerou o ciclo de aperto monetário ao elevar a taxa Selic de 11,25% para 12,25% ao ano. A ata divulgada reforçou a intenção de realizar mais dois aumentos de um ponto percentual, decisão que foi unânime entre os membros do colegiado. Investidores reagem com cautela ao tom mais rígido do Banco Central e suas implicações para a economia brasileira.
Além da política monetária, os investidores também monitoram as negociações fiscais no Congresso Nacional. Entre os temas de destaque estão:
A moeda americana segue em alta mesmo após três intervenções realizadas pelo Banco Central no câmbio. A primeira intervenção, já programada desde sexta-feira, incluiu a oferta de US$ 3 bilhões em leilão à vista, com compromisso de recompra. Já a segunda, realizada em linha sem compromisso de recompra, totalizou US$ 1,6275 bilhão, configurando o maior movimento de intervenção desde a pandemia de 2020.
Agora pela manhã, o BC realizou mais um leilão à vista de dólares. Segundo o BC, a taxa de corte do leilão 9/2024 foi de 6,1005. Foram aceitas 7 propostas no valor total de USD $1.272.000.000,00.
Para Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, o comportamento do dólar está diretamente relacionado ao cenário doméstico, sobretudo às incertezas fiscais.
“Essa questão fiscal está como um pano de fundo já recorrente, e o mercado também repercute uma nova piora nas estimativas das projeções do Boletim Focus divulgado nesta semana. Vimos uma piora no câmbio, inflação e juros. A única variável com melhora foi o crescimento, mas, no geral, houve uma piora generalizada. Isso contribui para uma percepção de maior risco-país no Brasil, o que não favorece o ingresso de fluxos financeiros e acaba pressionando o câmbio.”
*matéria em atualização