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ETF da Argentina bate recorde de investimentos e mostra otimismo de Wall Street com Milei

Fundo Global X MSCI Argentina vê ativos crescerem sete vezes em resposta às medidas econômicas do novo presidente

ETF argentino cresce sete vezes em 2024 com otimismo sobre as reformas de Javier Milei. (AFP/AFP)

ETF argentino cresce sete vezes em 2024 com otimismo sobre as reformas de Javier Milei. (AFP/AFP)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 26 de novembro de 2024 às 11h50.

Última atualização em 26 de novembro de 2024 às 11h50.

Um fundo de índice que rastreia ações argentinas, o Global X MSCI Argentina ETF (ticker ARGT), registrou recorde de entrada de capital na última semana, acumulando US$ 144 milhões (R$ 836,64 milhões) até 22 de novembro, sendo US$ 88 milhões (R$ 511,28 milhões) apenas na sexta-feira, 22. O crescimento reflete o otimismo de Wall Street com as reformas econômicas do presidente Javier Milei, focadas em conter a inflação e eliminar déficits fiscais históricos.

Desde que Milei assumiu o cargo, os ativos do fundo aumentaram de US$ 104 milhões (R$ 603,24 milhões) para cerca de US$ 750 milhões (R$ 4,35 bilhões), segundo dados compilados pela Bloomberg.

O ministro da Economia, Luis Caputo, anunciou planos para eliminar controles cambiais e de capital, conhecidos como "cepo", até 2025, uma medida que os investidores veem como fundamental para atrair mais dólares ao país e reingressar nos mercados internacionais.

Enquanto isso, os sinais econômicos são encorajadores: a inflação mensal caiu para 2,7% em outubro, os salários reais aumentaram e um programa de anistia fiscal trouxe cerca de US$ 20 bilhões (R$ 116,2 bilhões) para a economia. No entanto, analistas alertam que o sucesso das reformas depende de controlar a inflação e evitar uma desvalorização abrupta do peso argentino.

“O próximo grande desafio será remover os controles cambiais sem desencadear uma fuga de capitais”, disse Greg Lesko, da Deltec Asset Management.

Embora os resultados iniciais sejam positivos, a Argentina já experimentou reviravoltas econômicas no passado. Durante o governo de Mauricio Macri, políticas pró-mercado atraíram investimentos que desapareceram após sua derrota para os peronistas em 2019.

Além disso, parte do crescimento do ARGT pode ser atribuída à sua exposição a empresas como a MercadoLibre, que gera a maior parte de sua receita fora da Argentina e representa 17% do fundo.

Apesar disso, instituições como Morgan Stanley mantêm uma perspectiva otimista, destacando o progresso extraordinário das políticas fiscais e de desregulamentação implementadas em 2024. “A Argentina representa um marco importante e será monitorada de perto em toda a região andina”, escreveram estrategistas da Morgan Stanley.

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