Mercados

Dólar sobe quase 1,5% e vai a R$ 4,15 com reação a Datafolha

Na máxima, o dólar foi a 4,1806 reais, superando 2% de valorização. O dólar futuro tinha alta de cerca de 1,60%

Dólar: moeda alcançou segundo maior nível do Plano Real (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: moeda alcançou segundo maior nível do Plano Real (Gary Cameron/Reuters)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 11 de setembro de 2018 às 17h07.

Última atualização em 11 de setembro de 2018 às 17h09.

SÃO PAULO, 11 Set (Reuters) - O dólar terminou com alta de mais de 1,5 por cento, apagando o recuo dos três últimos pregões, e terminou a terça-feira na casa dos 4,15 reais, com os agentes financeiros reagindo à movimentação de candidatos mais à esquerda na última pesquisa Datafolha de intenção de votos para a eleição presidencial de outubro. O dólar avançou 1,48 por cento, a 4,1542 reais na venda, segundo maior nível do Plano Real, atrás apenas dos 4,1655 reais de 21 de janeiro de 2016.

Nos três pregões anteriores, a moeda norte-americana havia recuado 1,44 por cento. Na máxima, o dólar foi a 4,1806 reais, superando 2 por cento de valorização. O dólar futuro tinha alta de cerca de 1,60 por cento.

O levantamento divulgado na véspera mostrou Ciro Gomes (PDT) com 13 por cento, de 10 por cento antes, enquanto Fernando Haddad, confirmado nesta tarde candidato do PT no lugar de Luiz Inácio Lula da Silva, avançou a 9 por cento, de 4 por cento antes.

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, seguiu na liderança com 24 por cento das intenções de voto, de 22 por cento antes, enquanto Geraldo Alckmin (PSDB), o que mais agrada ao mercado, chegou a 10 por cento, apenas um ponto percentual acima do último levantamento.

O mercado acreditava que o ataque a faca contra Bolsonaro poderia enfraquecer os candidatos mais à esquerda, vistos como menos cuidadosos com as contas públicas.

"(Mas) é importante esperar uma segunda e até uma terceira pesquisa depois do evento Bolsonaro para confrontá-las, definir uma tendência", ponderou o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer.

Após o fechamento do mercado, o Ibope deve divulgar um novo levantamento com intenções de voto à Presidência da República.

"A corrida presidencial brasileira está ainda muito aberta, mas a escala do desafio que o vencedor enfrentará significa que até mesmo um presidente favorável ao mercado não conseguirá estabilizar as finanças públicas e impulsionar o crescimento potencial significativamente", escreveu a consultoria Capital Economics em relatório.

"A falta de reformas econômicas substanciais manterá o crescimento potencial fraco, o déficit fiscal grande e as taxas de juros estruturalmente altas", acrescentou, ao reduzir sua previsão para o avanço da economia para 2,5 por cento em 2019 (de 3,5 por cento) e para 2 por cento em 2020, de 2,2 por cento, além de prever a continuidade da queda do real ante o dólar em pelo menos 5 por cento no curto prazo.

Os investidores domésticos também monitoraram o cenário externo, onde permanecem as preocupações com a guerra comercial entre Estados Unidos e China depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que está pronto para impor tarifas sobre praticamente todas as importações chinesas.

O dólar subia ante a cesta de moedas e ante algumas divisas de emergentes, como o peso argentino e o peso chileno.

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 3,270 bilhões de dólares do total de 9,801 bilhões de dólares que vencem em outubro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral. 

Acompanhe tudo sobre:bolsas-de-valoresDólarDólar comercialMercado financeiro

Mais de Mercados

CVC sobe 7% na bolsa com poison pill e alta das ações domésticas

Em meio a pressão por boicotes, ação do Carrefour sobe 3,31%

O saldo final – e os vencedores – da temporada de balanços do 3º tri, segundo três análises

Warren Buffett doa US$ 1,1 bilhão em ações da Berkshire Hathaway: "Nunca quis criar uma dinastia"