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Dólar sobe pela 6ª sessão por BC e preocupações locais

O dólar avançou 0,68 por cento, a 3,2333 reais na venda, acumulando alta de 3,23 por cento em seis pregões

Dólar: "Com a atuação mais pesada do BC e as especulações sobre o fiscal nos últimos dias, o real tem tido desempenho pior que as outras moedas" (Bruno Domingos/ Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2016 às 17h15.

São Paulo - O dólar fechou em alta frente ao real pela sexta sessão seguida nesta quinta-feira, sequência mais longa de altas em seis meses, com incertezas sobre o ajuste fiscal no Brasil e a estratégia de atuação cambial do Banco Central ofuscando expectativas de que os juros não devem subir tão cedo nos Estados Unidos.

O dólar avançou 0,68 por cento, a 3,2333 reais na venda, acumulando alta de 3,23 por cento em seis pregões. A última vez em que a moeda norte-americana avançou por seis vezes seguidas foi em fevereiro deste ano.

O dólar futuro subia cerca de 1 por cento no fim desta tarde.

"Com a atuação mais pesada do BC e as especulações sobre o fiscal nos últimos dias, o real tem tido desempenho pior que as outras moedas. E hoje, o mercado desviou o foco para o (cenário) local", disse o estrategista de um banco internacional.

O BC vem mantendo sua estratégia de vender diariamente 15 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares, desde que aumentou a oferta na semana passada, sobre 10 mil contratos diários até então.

O reforço na intervenção contribuiu para tirar o dólar das mínimas em quase um ano atingidas neste mês, próximo de 3,10 reais.

Declarações do presidente interino Michel Temer levaram alguns a apostar que o governo almejaria evitar quedas maiores do dólar, mas o presidente do BC, Ilan Goldfajn, tem defendido o respeito ao câmbio flutuante.

Investidores também continuaram à procura de pistas sobre a trajetória do ajuste fiscal brasileiro.

"Os próximos passos do dólar vão ser definidos no Congresso Nacional", resumiu o superintendente regional de câmbio da corretora SLW João Paulo de Gracia Corrêa.

De maneira geral, o mercado vem minimizando a importância dos recuos do governo em sua campanha para aprovar medidas de austeridade no Congresso Nacional, apostando que a postura tende a enrijecer quando o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff for aprovado, em julgamento que começa em 25 de agosto.

O quadro local levou o mercado brasileiro a descolar-se dos mercados externos, onde o dólar perdeu terreno em relação às principais moedas em meio a apostas de que os juros norte-americanos não devem subir neste ano.

O presidente do Fed de Nova York, William Dudley, sugeriu nesta semana a possibilidade de alta de juros já no mês que vem. Nesta quinta-feira, ele voltou a adotar um tom positivo sobre a economia dos EUA, ressaltando o fortalecimento do mercado de trabalho.

Mas a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) mostrou, na véspera, que ainda há consenso no Fed de que são necessários mais dados para que seja apropriado elevar os juros, embora alguns integrantes com poder de voto esperam que isso aconteça em breve.

Muitos operadores esperavam sinalização mais contundente de que os juros norte-americanos podem subir neste ano e venderam dólares após a divulgação da ata. Juros mais altos nos EUA poderiam atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados.

"(Autoridades do Fed) têm feito comentários mais 'hawkish', mas a ata de ontem foi cautelosa, não se comprometeu com um prazo. Isso deixa o mercado em uma encruzilhada, esperando mais comunicações oficiais", disse o operador da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik.

Texto atualizado Às 17h14

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São Paulo - O dólar fechou em alta frente ao real pela sexta sessão seguida nesta quinta-feira, sequência mais longa de altas em seis meses, com incertezas sobre o ajuste fiscal no Brasil e a estratégia de atuação cambial do Banco Central ofuscando expectativas de que os juros não devem subir tão cedo nos Estados Unidos.

O dólar avançou 0,68 por cento, a 3,2333 reais na venda, acumulando alta de 3,23 por cento em seis pregões. A última vez em que a moeda norte-americana avançou por seis vezes seguidas foi em fevereiro deste ano.

O dólar futuro subia cerca de 1 por cento no fim desta tarde.

"Com a atuação mais pesada do BC e as especulações sobre o fiscal nos últimos dias, o real tem tido desempenho pior que as outras moedas. E hoje, o mercado desviou o foco para o (cenário) local", disse o estrategista de um banco internacional.

O BC vem mantendo sua estratégia de vender diariamente 15 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares, desde que aumentou a oferta na semana passada, sobre 10 mil contratos diários até então.

O reforço na intervenção contribuiu para tirar o dólar das mínimas em quase um ano atingidas neste mês, próximo de 3,10 reais.

Declarações do presidente interino Michel Temer levaram alguns a apostar que o governo almejaria evitar quedas maiores do dólar, mas o presidente do BC, Ilan Goldfajn, tem defendido o respeito ao câmbio flutuante.

Investidores também continuaram à procura de pistas sobre a trajetória do ajuste fiscal brasileiro.

"Os próximos passos do dólar vão ser definidos no Congresso Nacional", resumiu o superintendente regional de câmbio da corretora SLW João Paulo de Gracia Corrêa.

De maneira geral, o mercado vem minimizando a importância dos recuos do governo em sua campanha para aprovar medidas de austeridade no Congresso Nacional, apostando que a postura tende a enrijecer quando o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff for aprovado, em julgamento que começa em 25 de agosto.

O quadro local levou o mercado brasileiro a descolar-se dos mercados externos, onde o dólar perdeu terreno em relação às principais moedas em meio a apostas de que os juros norte-americanos não devem subir neste ano.

O presidente do Fed de Nova York, William Dudley, sugeriu nesta semana a possibilidade de alta de juros já no mês que vem. Nesta quinta-feira, ele voltou a adotar um tom positivo sobre a economia dos EUA, ressaltando o fortalecimento do mercado de trabalho.

Mas a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) mostrou, na véspera, que ainda há consenso no Fed de que são necessários mais dados para que seja apropriado elevar os juros, embora alguns integrantes com poder de voto esperam que isso aconteça em breve.

Muitos operadores esperavam sinalização mais contundente de que os juros norte-americanos podem subir neste ano e venderam dólares após a divulgação da ata. Juros mais altos nos EUA poderiam atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados.

"(Autoridades do Fed) têm feito comentários mais 'hawkish', mas a ata de ontem foi cautelosa, não se comprometeu com um prazo. Isso deixa o mercado em uma encruzilhada, esperando mais comunicações oficiais", disse o operador da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik.

Texto atualizado Às 17h14

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