dólar acompanhou o clima de aversão a risco nas bolsas de Nova York (Nelson A Ishikawa/Getty Images)
Beatriz Quesada
Publicado em 26 de abril de 2022 às 17h12.
O dólar comercial avançou mais de 2,31% nesta terça-feira, 26, e voltou a encostar na marca dos R$ 5, perdida no mês passado. Na máxima do dia, a moeda chegou aos R$ 5, mas reduziu a alta com o leilão do Banco Central de 10.000 contratos de swap cambial.
A divisa encerrou o dia cotada a R$ 4,991 – maior cotação para a moeda americana frente ao real desde o dia 21 de março, quando o dólar fechou a R$ 4,945.
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O dólar acompanhou o clima de aversão a risco nas bolsas de Nova York, que fecharam o pregão em forte queda. Por lá, investidores voltaram a se preocupar com um cenário de maior aperto monetário, que tira atratividade da renda variável e derruba o preço das ações. Os mais prejudicados são os papéis de tecnologia, mais sensíveis ao aumento da taxa de juros.
O índice de tecnologia Nasdaq caiu mais de 3%, devolvendo parte dos ganhos da véspera quando subiu embalado pelos ganhos de 6% nas ações do Twitter após o anúncio da venda para o bilionário Elon Musk.
Para Fernanda Consorte, economista chefe do Banco Ourinvest, os principais motivos para a queda da moeda são a eventual aceleração no ciclo de alta de juros nos EUA, além do novo surto de Covid na China. Os fatores internos, no entanto, também fazem preço no mercado.
"É um movimento internacional, porém, sabemos que há uma questão conjuntural local que também pesa. Acreditamos que o câmbio deve aumentar com as eleições, para só após a decisão do próximo governo vermos um movimento de ajuste", disse em nota.