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Dólar vai cair abaixo de R$ 5? Analistas respondem

Moeda recuou pelo terceiro dia consecutivo com melhora do humor internacional

Dólar: moeda americana tem rondado patamar dos R$ 5 (Igor Golovniov/Getty Images)

Dólar: moeda americana tem rondado patamar dos R$ 5 (Igor Golovniov/Getty Images)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 11 de outubro de 2023 às 18h33.

Última atualização em 11 de outubro de 2023 às 19h43.

O dólar comercial subiu acima da barreira dos R$ 5 há pouco mais de um mês e não vinha dando sinais de queda – até esta semana. Já são três dias consecutivos de baixa da moeda, que fechou em leve baixa nesta quarta-feira, 11, cotada a R$ 5,05. 

O motivo para o alívio vem do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Nos últimos dias dirigentes do Fed deram declarações consideradas 'dovish', favoráveis a juros mais baixos. Um deles foi Philip Jefferson, vice-presidente do Conselho de Governadores do Federal Reserve (Fed), que alertou, na segunda-feira, para os riscos de uma política monetária excessivamente contracionista

"Estamos num período delicado de gestão de riscos, em que temos de equilibrar o risco de não termos apertado o suficiente [a política monetária], com o risco de sermos demasiadamente restritivos", afirmou Jefferson em discurso na Conferência da Associação Nacional de Economia Empresarial, em Dallas.

A fala deu alívio para a cotação do dólar, que caiu de R$ 5,1 para o patamar próximo dos R$ 5. A expectativa, agora, é entender se o real pode encontrar um novo espaço de fortalecimento, que coloque a moeda americana abaixo dos R$ 5. Abaixo, a opinião de três especialistas sobre o assunto:

Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest

Estamos em um momento de muita incerteza para os mercados, e é difícil dizer qual a taxa de câmbio para o médio prazo. O mercado projeta, atualmente, em torno de R$ 5 tanto para este ano quanto para o próximo. Fatores que podem pressionar são a possibilidade de novos aumentos de juros nos Estados Unidos, escalada da guerra no Oriente Médio e possibilidade de queda de crescimento da China e incerteza fiscal brasileira. Por outro lado, nada disso é dado ainda. Há muitas dúvidas sobre essas questões. A economia brasileira, por exemplo, está indo bem, com até o IPCA vindo acima do esperado. Aqui no banco, acreditamos na tendência de melhora no longo prazo apoiada na recuperação da nossa economia.

Matheus Pizzani, economista da CM Capital

Ao longo de outubro, esperamos uma valorização do real contra o dólar com o arrefecimento das expectativas – mas é um movimento que não deve ser tão intenso. Há a questão de juros no Fed e outra questão importante é a aversão a risco sobre o conflito entre Hamas e Israel. Uma vez que esses efeitos conjunturais se dissipem, a tendência é de valorização do real, que deve recobrar o patamar que vinha operando até então, na casa dos R$ 4,90. A partir de outubro, a situação volta a depender de fatores estruturais: saldos da balança comercial e a própria queda da Selic. Acreditamos que o processo de desvalorização não será tão acentuados, tanto que a nossa projeção de câmbio terminal para 2023 é de R$ 5,50.

Alan Soares, analista da Toro Investimentos

Os títulos americanos vêm direcionando os movimentos do dólar, uma vez que trabalham em patamares considerados altos. O movimento é o seguinte: temos uma maior procura pelos títulos americanos, assim temos uma maior demanda por dólar e, por consequência, vemos investidores saindo de países emergentes em busca de investimentos mais seguros e rentáveis na economia americana. Analisando o cenário atual, podemos observar dólar ainda forte acima dos R$ 5 devido, principalmente, à rentabilidade atrativa nos títulos públicos americanos.

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