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Dólar fecha em forte alta e alcança R$ 2,43

O dólar estava em linha com o movimento do mercado global de moedas e pressionado adicionalmente pelo quadro eleitoral no Brasil


	Dólares: moeda atingiu maior valor desde 3 de fevereiro (R$ 2,4350)
 (Karen Bleier/AFP)

Dólares: moeda atingiu maior valor desde 3 de fevereiro (R$ 2,4350) (Karen Bleier/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2014 às 17h28.

São Paulo - Após a pausa na sequência de altas registrada na quarta-feira, 24, o dólar voltou a subir ante o real nesta quinta-feira, 25, alçando o patamar de R$ 2,43, em linha com o movimento do mercado global de moedas e pressionado adicionalmente pelo quadro eleitoral no Brasil.

O dólar à vista no balcão encerrou cotado em R$ 2,4300, aumento de 1,89%, na máxima do dia. É o maior valor desde 3 de fevereiro (R$ 2,4350).

Na mínima, pela manhã, chegou a R$ 2,398 (+0,55%). O giro somava, perto das 16h30, US$ 946 milhões, sendo US$ 878 milhões em D+2.

No segmento futuro, perto das 16h30, o vencimento para outubro subia 1,84%, a R$ 2,431.

No exterior, a alta do dólar era generalizada, principalmente ante as moedas de países emergentes e exportadores de commodities.

Perto das 16h30, a moeda dos EUA avançava 1,91% ante o dólar neozelandês, 0,34% ante o dólar canadense e 1,09% ante o dólar australiano.

Entre os emergentes, subia 0,35% ante o won sul-coreano, 1,15% ante a lira turca e 0,73% em relação ao rand sul-africano.

O comportamento do câmbio global refletiu o movimento de fuga para a qualidade que dominou os mercados nesta quinta-feira, definido por uma série de fatores, entre eles informações ainda não confirmadas de que a Rússia estaria estudando confiscar ativos de estrangeiros em seu território em represália às sanções impostas pelo Ocidente e preocupações com o desempenho da economia global.

Aos fracos indicadores da atividade da zona do euro conhecidos nos últimos dias, somam-se as dúvidas sobre a economia chinesa reforçadas pela sinalização do governo do país nesta semana de que não haverá estímulos à atividade.

Em consequência, o preço do minério de ferro recua, o que também contribui para depreciar as moedas de países emergentes.

Nos EUA, hoje chamou a atenção a queda das encomendas de bens duráveis de 18,2% em agosto, mais do que a previsão de -17,5%.

Dessa forma, a influência externa acabou prevalecendo ante um possível alívio advindo dos leilões de swap cambial do Banco Central realizados pela manhã.

Na operação regular, o BC vendeu os 4 mil contratos ofertados para os dois vencimentos, no valor total de US$ 198,2 milhões.

Na rolagem, a autoridade monetária voltou a oferecer uma quantidade maior de contratos, a exemplo de ontem. Vendeu 15 mil contratos que vencem em 1º de outubro de 2014, com valor de US$ 739 milhões.

Contribuiu ainda para o avanço do dólar ante o real a cautela antes das próximas pesquisas eleitorais, que podem endossar o quadro de melhora das intenções de voto da candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, e de piora da candidata do PSB, Marina Silva.

Amanhã, são esperados os dados do levantamento do Datafolha, que devem ser divulgados à noite.

Em entrevista hoje ao Broadcast Ao Vivo, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Márcia Cavallari, diretora do Ibope Inteligência, afirmou que o quadro eleitoral está definido, porém em movimento, ao se referir sobre a primeira rodada das eleições.

Para ela, os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) podem continuar se aproximando, mas sem ameaçar a ida da ex-senadora ao segundo turno.

Além disso, Márcia acrescentou que Dilma tem oscilado na faixa atual, enquanto Marina apresenta queda lenta e consistente. Porém, ela ressalta que "qualquer novo fato pode ter efeito rápido e o eleitor costuma decidir na última semana".

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