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Dólar cai para casa de R$ 2,34 com Tombini e exterior

O dólar à vista no mercado de balcão encerrou com baixa de 0,51%, cotado a R$ 2,3440. Este é o menor patamar de fechamento desde 20 de janeiro


	Alexandre Tombini: declarações do presidente do Banco Central contribuíram para que a tendência de valorização do real se mantivesse
 (Álvaro Motta/EXAME.com)

Alexandre Tombini: declarações do presidente do Banco Central contribuíram para que a tendência de valorização do real se mantivesse (Álvaro Motta/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 17h08.

São Paulo - O dólar voltou a cair ante o real nesta segunda-feira, 24, dando prosseguimento ao movimento iniciado na semana passada, após o anúncio da meta fiscal para 2014, e em linha com o comportamento da moeda em relação a outras divisas emergentes.

As declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que o fluxo de recursos para o Brasil está voltando e que a avaliação com relação ao país mudou para melhor nas últimas semanas, contribuíram para que a tendência de valorização do real se mantivesse, recolocando a moeda dos EUA na casa de R$ 2,33 em grande parte do dia.

O dólar à vista no mercado de balcão encerrou com baixa de 0,51%, cotado a R$ 2,3440. Este é o menor patamar de fechamento desde 20 de janeiro. O giro financeiro somava US$ 1,236 bilhão até 16h30. O dólar para março, que havia caído mais na sexta-feira, quando os negócios à vista já estavam encerrados, recuava um pouco menos no horário acima, cotado a R$ 2,465 (-0,17%), com movimento de US$ 15,923 bilhões.

Na Austrália, antes de embarcar para o Brasil, Tombini reforçou o discurso otimista com relação ao País. Entre os argumentos que respaldariam a avaliação positiva, estão a queda do CDS do Brasil (operação financeira que funciona como um seguro contra o calote) e a menor volatilidade do mercado de câmbio.

Ontem, após a reunião das 20 maiores economias do mundo, Tombini disse que a entrada de dólares medida pelo fluxo cambial "está vindo forte" em fevereiro. No acumulado do primeiro bimestre de 2014, o Brasil já recebeu cerca de US$ 3 bilhões, informou.

Essa melhora de percepção também está refletida no discurso de alguns participantes do mercado. O economista-chefe do banco Bradesco, Octavio de Barros, afirmou hoje que até algumas semanas atrás acreditava na chance de rebaixamento do rating do Brasil por parte das agências de classificação de risco.

"Agora, acho que pode ser evitado", afirmou, durante palestra organizada pela Câmara de Comércio França-Brasil, na capital paulista. Segundo ele, a menor depreciação do real nas últimas semanas mostra que o rebaixamento está mais próximo de ser evitado. "O mercado também acha que isso (o rebaixamento) pode ser evitado", disse.

De acordo com profissionais do mercado, os comentários, no G-20, de que a economia mundial caminha para um crescimento um pouco mais sustentável, diminuem a pressão sobre os emergentes, que, nesse ambiente, dependeriam menos do crescimento chinês.

Ainda no exterior, dois indicadores de atividade norte-americanos mostraram fraqueza. O índice de atividade nacional do Fed de Chicago caiu para -0,39 em janeiro, de -0,03 em dezembro, que foi revisado de uma leitura original de +0,16.

O índice de atividade das empresas medido pelo Fed de Dallas registrou queda em fevereiro, para 0,3, de 3,8 em janeiro.

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