Invest

Disputa na mesa do bar: BofA vê competição acirrada e margens melhores para Ambev no 2º trim.

Banco, no entanto, manteve recomendação neutra diante de incertezas sobre impactos da reforma tributária

Antarctica: rótulo reportou redução de 3% nos preços no varejo e foi a única marca a reduzir preços nos bares (Paulo Fridman/Bloomberg News/Site Exame)

Antarctica: rótulo reportou redução de 3% nos preços no varejo e foi a única marca a reduzir preços nos bares (Paulo Fridman/Bloomberg News/Site Exame)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 5 de julho de 2023 às 20h30.

Última atualização em 5 de julho de 2023 às 20h38.

Os analistas do Bank of America esperam resultados positivos do setor cervejeiro no segundo trimestre. De acordo com o relatório distribuído nesta quarta-feira, 5, os preços estão em alta em todos os segmentos, principalmente nas vendas no varejo, enquanto os custos estão em queda, impulsionados pelo fortalecimento do real e pela redução dos custos com alumínio. Essas tendências indicam um cenário favorável para as cervejarias brasileiras, em especial as líderes de mercado Ambev (ABEV3) e Heineken.

O banco manteve classificação neutra para a Ambev, acreditando que a expansão das margens no Brasil está prevista para acontecer, mas considerando incertezas relacionadas à reforma tributária no país.

Competição acirrada

No segmento de vendas fora de casa (bares e restaurante), os preços melhoraram significativamente, com os maiores aumentos ocorrendo nos segmentos premium e de valor. As marcas Heineken e Stella se destacaram, registrando aumentos de preço superiores a 4% em relação ao trimestre anterior. Já no segmento de vendas para consumo no lar (varejo), houve uma competição acirrada, com os preços das marcas de valor e do segmento de baixo custo (Kaiser, Nova Schin, Antarctica e Itaipava) apresentando queda, enquanto as marcas premium e core plus buscaram aumentos de preços, com média de 0,5% a 1%.

O relatório também aponta que as cervejarias Ambev e Heineken parecem estar reagindo às dinâmicas do mercado, especialmente quando comparado ao Grupo Petrópolis, dono da Itaipava, que entrou com pedido de recuperação judicial em março. No segmento de vendas em bares e restaurantes, os preços da Itaipava caíram cerca de 1,5% em relação ao trimestre anterior. Já a Antarctica reduziu em 3% os preços e foi também a única marca a reduzir os preços também no varejo. No grupo Heineken, a redução de preços variou de 0,7% a 3% a depender do rótulo.

Além disso, ressaltam os analistas do Bank of America, os custos estão em queda acelerada devido à valorização do real brasileiro e aos baixos preços do alumínio. Essa deflação de custos deverá impulsionar a expansão das margens das cervejarias, mesmo em um ambiente de inflação geral.

No entanto, o relatório também destaca que o setor cervejeiro enfrentou desafios em termos de emprego, com um enfraquecimento significativo dos níveis de contratação no segundo trimestre de 2023. Essa tendência de demissões tem sido observada desde dezembro de 2022, principalmente em áreas onde atuam empresas regionais. Por outro lado, o setor de alimentação fora do lar continua a atrair funcionários, indicando uma demanda sólida nesse segmento.

Acompanhe tudo sobre:AmbevHeineken

Mais de Invest

BC: 'dinheiro esquecido' soma R$ 8,53 bilhões; prazo para contestar recolhimento ainda está aberto

Petrobras tem lucro de R$ 32,6 bilhões no 3º trimestre – alta de 22,3%

Resultado da Mega-Sena concurso 2.794; prêmio é de R$ 140 milhões

Petrobras (PETR4) aprova pagamento de R$ 17,12 bilhões em dividendos