Decisão do BCE, S&P eleva perspectiva do Brasil, China corta mais juros e o que mais move o mercado
A expectativa do mercado é que o Banco Central Europeu aumente sua taxa de juros em mais 25 pontos-base nesta quinta-feira
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 15 de junho de 2023 às 06h39.
Última atualização em 15 de junho de 2023 às 07h42.
As bolsas globais iniciam a manhã em queda nesta quinta-feira, 15. Os futuros americanos reagem à decisão do Fed em manter a taxa de juros inalterada e a sinalização de Jerome Powell de que esse não será o fim do aperto monetário nos Estados Unidos.
Após registrarem as maiores altas em mais de um ano no início da semana, os índices S&P 500 e Nasdaq caíram após a decisão do Fed.
Na Europa, as principais bolsas caem enquanto aguardam a decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE). As ações de mineradoras lideraram as perdas com queda de 0,8% no Stoxx 600.
A bolsa de Hong Kong saltou mais de 2% após três quedas consecutivas nesta semana. Ações de empresas de saúde e tecnologia puxaram o resultado positivo.
S&P melhora a avaliação do Brasil pela primeira vez desde 2019
Ontem, a agência de classificação de risco S&P Global Ratings alterou a perspectiva de rating (nota de crédito) do Brasil de estável para positiva. A classificação positiva para o país não acontecia desde 2019. A nota de crédito foi mantida em BB-, abaixo do grau de investimento.
Na prática, a mudança da perspectiva indica que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue com incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas.
Além de dar ânimo extra e fazer a bolsa bater 119 mil pontos, o comunicado da S&P fez com que os juros futuros recuassem até 32 pontos-base. Esse contexto também ajudou a valorizar o real frente ao dólar.
Decisão do BCE
A expectativa do mercado é que o Banco Central Europeu aumente sua taxa de juros em mais 25 pontos-base nesta quinta-feira. Investidores também vão ficar atentos ao discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE.
Esperam-se sinalizações dos próximos passos do banco europeu em meio a incertezas sobre as perspectivas de inflação e crescimento do continente.
Mais corte de juros na China
Um dia após o Fed dar uma pausa no aperto monetário, o Banco Popular da China decidiu cortar juros. A taxa MLF, referente a empréstimos de médio prazo, ou seja, um ano, foi reduzida em 10 pontos-base, para 2,65%. Essa foi a primeira queda desde agosto de 2022.
A decisão era aguardada pelo mercado após na terça-feira o banco central chinês reduzir os juros de curto prazo também em 10 pontos. É esperado que o corte de juros obrigue os bancos da China a baixarem taxas de empréstimo na próxima semana. A medida pretende impulsionar a economia chinesa, em meio a sinais de enfraquecimento do mercado imobiliário do país e desemprego recorde entre os jovens.
A postura de Pequim em aumentar os estímulos monetários foi apoiada nos dados econômicos divulgados nesta quinta-feira. A produção industrial do país caiu para 3,5%, frente aos 5,6% de abril, enquanto as vendas no varejo chinesas cresceram 12,7%, abaixo das expectativas do mercado.
Haddad e Tebet se reúnem com senadores para falar do Arcabouço
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa nesta quinta-feira, 15, às 9h, de reunião com líderes do Senado, na Presidência da Casa. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, também participa do encontro. Haddad e Tebet devem propor ajustes no projeto para evitar um corte de despesas de até R$ 40 bilhões em gastos de custeio da máquina pública e investimentos na proposta orçamentária de 2024, que será enviada ao Congresso Nacional no dia 31 de agosto.
Bolsa ontem
O Ibovespa subiu 1,99% e fechou acima dos 119 mil pontos pela primeira vez desde 21 de outubro do ano passado. O índice oscilou entre forte avanço e desaceleração ao longo do dia, refletindo a decisão dos juros nos EUA, mas voltou a ganhar fôlego no fim do pregão com a elevação da percepção do rating do Brasil de estável para positiva pela S&P.
Dólar ontem
Também impactado pela mudança de classificação do Brasil, o dólar fechou em seu menor patamar desde abril de 2022. A moeda norte-americana foi a R$ 4,807, com queda de 1,14%.