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Decisão de juros na Inglaterra, repercussão do Copom, balanço da Apple e PMIs: o que move o mercado

Mercado também repercute decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano)

Radar: Inglaterra decidiu cortar seus juros nesta quinta-feira, 1 (Jack Taylor/Getty Images)

Radar: Inglaterra decidiu cortar seus juros nesta quinta-feira, 1 (Jack Taylor/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 1 de agosto de 2024 às 08h59.

O mercado internacional opera misto na manhã desta quinta-feira, 1. Na Europa, as bolsas operam majoritariamente em queda, pressionada por ações financeiras e de montadoras. Da parte das ações financeiras, o mau humor veio após o balanço trimestral do Société Générale. Já no setor automotivo, desagradaram os resultados trimestrais da alemã Volkswagen.

Na Ásia, os principais índices acionários fecharam sem direção única, com investidores repercutindo o fortalecimento do iene, a alta de juros no Japão e o resultado do Índice de Gerentes de Compras (PMI) de junho da China, que caiu para 49,8 e frustrou a previsão de 51,2.

Nos Estados Unidos, após a manutenção da taxa e sinais positivos de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) possa cortar juros em setembro, os índices futuros sobem. Por aqui, um dia depois da decisão de política monetária em manter a taxa Selic, com um apontamento para possíveis altas, o Ibovespa futuro cai.

Decisão monetária da Inglaterra

O destaque do dia é a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE). Os dirigentes britânicos decidiram cortar sua taxa básica de juros em 25 pontos-base, a 5%. A decisão do BoE veio em linha com a expectativa do mercado. A taxa estava em 5,25% desde agosto do ano passado. Entretanto, segundo a ata, a decisão não foi unânime, com cinco dirigentes do BC inglês votando pela redução e os demais defendendo a manutenção da taxa básica britânica.

Repercussão do Copom e do Fed

O mercado repercute as decisões do Federal Open Market Comittee (Fomc, comitê de política monetária dos EUA) e do Comitê de Política Monetária (Copom). Assim como apontavam as expectativas, o Federal Reserve (Fed, banco central dos americano) manteve a taxa de juros inalterada na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano (EUA).

Para além da decisão em si, o que trouxe otimismo ao mercado foram os sinais nas falas do presidente do Fed, Jerome Powell, sobre o início do corte de juros em setembro. Diferentemente do comunicado, em que o Fed apontou a necessidade de ter mais confiança para cortar juros, Powell reconheceu que há progressos e, caso eles continuem, o início do ciclo de cortes deve iniciar em setembro.

Por aqui, o Banco Central (BC) também manteve a taxa de juros em 10,5% ao ano. Essa é a segunda manutenção da Selic consecutiva. Em maio, o Copom realizou o último de sete cortes seguidos da taxa de juros, que começou em agosto de 2023, quando a taxa estava em 13,75% ao ano.

No comunicado, os diretores do Banco Central deixaram uma porta aberta para uma possível alta de juros no futuro. Eles mencionaram que o cenário doméstico, caracterizado pela resiliência da atividade econômica, aumento das projeções de inflação e expectativas desalinhadas, exige um acompanhamento cuidadoso e ainda mais prudência. O comunicado também destaca a importância de "serenidade e moderação" na condução da política monetária.

Balanços

De olho na temporada de balanços, AES Brasil (AESB3), Auren (AURE3), Eztec (EZTC3), Cielo (CIEL3) e Log (LOGG3) publicam seus números após o fechamento da sessão. Nos Estados Unidos, investidores acompanham atentamente o balanço da Apple (MSFT34), Amazon (AMZO34) e Intel (ITLC34), também pós-mercado.

Pela manhã, Ambev (ABEV3) já divulgou seus resultados do segundo trimestre de 2024. A companhia registrou lucro líquido de R$ 2,452 bilhões entre abril e junho, uma queda de 5,6% em relação ao mesmo período de 2023. Segundo a companhia, a queda se deu devido majoritariamente à menor dedutibilidade do Imposto de Renda (IR) no Brasil.

Investidores também repercutem o resultado da Meta (M1TA34) divulgado ontem a noite. A controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, reportou um lucro de US$ 13,46 bilhões no segundo trimestre deste ano, alta de 73% em comparação com o mesmo período do ano passado. Com isso, o Lucro por Ação (LPA) passou de US$ 2,98 para US$ 5,16, acima dos US$ 4,71 estimados pelo mercado.

Entre abril e junho de 2024, a Meta registrou uma receita líquida de US$ 39,07 bilhões, um crescimento de 22% em relação ao segundo trimestre de 2023 e acima dos US$ 38,3 bilhões estimados em vendas pelo consenso FactSet. Os números agradaram investidores, com os papéis em Nasdaq subindo 7% no after market de ontem e 2,51% no pré-mercado de hoje - enquanto o BDR, M1TA34, valoriza mais de 10%.

PMIs industrial

Na agenda de indicadores, o mercado acompanha a divulgação dos Índices de Gerentes de Compras (PMIs) industriais de diversos países. Na madrugada, Alemanha divulgou que seu PMI industrial caiu a 43,2 em julho, mas superou a prévia, enquanto o Reino Unido publicou que seu PMI industrial subiu a 52,1, também acima das expectativas.

Às 10h45, será a vez dos Estados Unidos. Às 11h00, o Brasil terá seu PMI industrial de julho divulgado pela S&P Global. Além disso, outros importantes indicadores econômicos serão divulgados ao longo do dia, incluindo pedidos de auxílio-desemprego e custo unitário da mão-de-obra nos EUA.

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