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Dados fortes de emprego e do setor de serviços aumentam apostas que Fed manterá juros

Após divulgação dos números, os juros futuros de 10 anos dos EUA passaram a subir 1,8%

Fed: grande maioria do mercado aposta que os juros serão mantidos na próxima reunião (fotog/Getty Images)

Fed: grande maioria do mercado aposta que os juros serão mantidos na próxima reunião (fotog/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 7 de janeiro de 2025 às 13h34.

Última atualização em 7 de janeiro de 2025 às 13h48.

As apostas que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) manterá os juros na próxima reunião, marcada para 29 de janeiro, se fortaleceram nesta terça-feira, 7, após dados de emprego e do setor de serviços virem mais fortes do que o esperado.

Na semana passada, a plataforma FedWatch, do CME Group, mostrava que 88,8% dos investidores apostavam em uma manutenção dos Fed funds na faixa atual entre 4,25% e 4,50%, enquanto 11,2% apostavam em um corte de 0,25 ponto percentual (p.p.), o que levaria a taxa para o patamar entre 4% e 4,25%. Hoje, esses números saltaram para 95,2% e 4,8% respectivamente.

Às 12h de hoje, o Departamento de Trabalho Americano divulgou o relatório Jolts, uma pesquisa mensal que mede o volume de vagas de emprego, contratações e demissões nos Estados Unidos. Segundo o documento, as posições disponíveis aumentaram para 8,1 milhões em novembro, acima das expectativas de 7,74 milhões e o maior nível em seis meses.

No mês anterior, foram criadas 7,83 milhões de vagas em outubro (número revisado ​​para cima), o que também mostra uma aceleração. Uma das razões que impulsionaram os novos postos de trabalho foi um salto nos serviços empresariais, com as demissões permanecendo praticamente inalteradas.

Com o número forte, a evidência de um mercado de trabalho mais sólido nos EUA ganha força e colabora com a tese de que o Fed será mais cauteloso em cortar juros.

“Números acima do esperado reforçam a visão de que o mercado de trabalho americano segue firme e, com isso, vão se dissipando os receios com uma maior desaceleração do mercado laboral nos EUA”, pontua William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue.

Tal cenário impactou os yields dos títulos de dívida americana, que sobem fortemente, em especial os com duração mais longa. O T-note de dez anos, às 13h30, subia 1,8% a 4,7%, enquanto o T-note de cinco anos valorizava 1,36% a 4,48% no mesmo horário.

O índice dólar também passou a operar no positivo, mas em queda ante o real, que ainda é beneficiado pelo efeito da notícia sobre a estratégia para as tarifas desejadas por Donald Trump.

Por conta da alta dos yields mais longos, os índices acionários reagem negativamente. Nasdaq recua 0,81% e o S&P desvaloriza 0,31% às 13h30. O índice Dow Jones, por sua vez, opera em leve alta de 0,07%.

Outro dado acompanhado de perto nesta terça-feira, 7, e que também reforça a tese de que o Fed poderá manter os juros foi o Índice de Gerentes de Compras (PMI) de serviços, divulgado pelo Institute for Supply Management (ISM). O índice subiu para 54,1 em dezembro, ante o consenso de 53,3 e os 52,1 em novembro, o que mostra uma aceleração, refletindo uma atividade comercial mais forte.

Isso porque o segmento de serviços têm sido o principal impulsionador da economia americana nos últimos dois anos e o responsável tanto pelo crescimento acima do esperado do produto interno bruto (PIB), como pela resiliência inflacionária.

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