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Credit Suisse: BC suíço se dispõe a fornecer liquidez caso necessário

Turbulências no mercado americano não devem atingir as empresas do país, segundo as autoridades

Credit Suisse: ações do banco derreteram 24% na bolsa com receio de investidores (Stefan Wermuth/Bloomberg)

Credit Suisse: ações do banco derreteram 24% na bolsa com receio de investidores (Stefan Wermuth/Bloomberg)

Publicado em 15 de março de 2023 às 19h31.

O Banco Nacional da Suíça (SNB) se dispôs a fornecer liquidez ao Credit Suisse, caso necessário, em comunicado divulgado nesta quarta-feira, 15. Já a principal autoridade de supervisão financeira do país (FINMA, na sigla em inglês), que também assina a nota, assegurou que o Credit atende às exigências de capital e liquidez impostas aos bancos considerados "sistematicamente importantes".

Em referência à quebra de Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank, os dois órgãos ressaltaram que as turbulências no setor bancário americano não representam um risco direto de contágio aos mercados financeiros suíços.

"Os rigorosos requisitos de capital e liquidez aplicáveis às instituições financeiras suíças garantem sua estabilidade", asseguraram.

SNB e FINMA acrescentam que monitoram os desdobramentos recentes nos mercados, sem mencionar a negativa do principal acionista do Credit Suisse em fazer novo aporte no banco suíço, o que renovou o estresse nas mesas de operações globais hoje.

O que aconteceu com o Credit Suisse?

Segundo maior banco da Suíça, o Credit Suisse atravessa uma longa crise que envolve escândalos, mudança de liderança, questões legais e prejuízos bilionários. No ano passado a empresa registrou um prejuízo de 7,3 bilhões de francos suíços (US$ 7,9 bilhões), apagando os lucros da década anterior. 

Depois de apresentar o pior desempenho anual da instituição desde a crise financeira global, o Credit afirmou ontem ter encontrado “fraqueza material” em seus balanços. O termo indica que os controles internos do banco não estão adequados, o que acendeu um alerta de crise entre os investidores.

Para somar, seu principal acionista, o banco nacional da Arábia Saudita, disse que não seria capaz de oferecer mais ajuda financeira à instituição. O anúncio fez as ações do Credit desabarem 24% na quarta-feira, 15, e arrastou o setor bancário global junto. As bolsas se recuperaram no final do dia com a notícia de que o governo suíço deve socorrer o Credit em caso de necessidade de liquidez.

O que aconteceu com o Silicon Valley Bank?

Na noite do último dia 16, o SVB, banco médio americano, conhecido por ser financiador de startups no Vale do Silício, surpreendeu o mercado ao anunciar que pretendia levantar US$ 2,25 bilhões para equilibrar suas contas. O capital extra ajudaria a instituição a lidar com a queima de caixa acelerada de seus clientes em meio a um ambiente de juros altos.

O anúncio gerou pânico nos mercados e os clientes da instituição correram para sacar mais de U$ 40 bilhões de depósitos, gerando a maior crise no setor desde 2008. No domingo, as autoridades americanas apresentaram um plano de socorro que promete conter a crise sem causar um efeito de contágio no setor bancário – mas as preocupações continuam.

A derrocada do SVB é outra consequência da campanha agressiva do Fed em subir juros para controlar a inflação. De um lado, os rápidos aumentos de juros forçam os bancos a pagar rendimentos maiores para reter depósitos. De outro, o aumento do rendimento dos títulos reduz o valor dos bonds mantidos nos balanços dos bancos, pressionando a sustentabilidade financeira das instituições.

Os bancos possuem muitos desses títulos, incluindo títulos do Tesouro, e agora estão sentados em gigantescas perdas não realizadas.

Além disso, quando as taxas de juros sobem, as startups têm mais dificuldade em acessar financiamento com os empréstimos ficando mais caros. A combinação de fatores foi responsável pela corrida de resgates no SVB.

*Com a redação

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