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Remy Sharp
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Em apenas seis dias a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) pode estar próxima de mudar a trajetória da política monetária dos Estados Unidos.

Como primeiras medidas para conter a crise, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciou no domingo, 12, um pacote de socorro por parte do fundo garantidor de crédito americano, o FDIC, que irá cobrir até US$ 250 mil em depósitos. O Fed também anunciou a criação de um programa de fundo bancário para proteger as instituições afetadas pela instabilidade no mercado após a falência do SVB.

Os analistas, no entanto, estimam que o Fed deve ir além e pode mudar radicalmente o rumo da política monetária dos EUA após o colapso do banco. Grande parte do mercado estimava uma elevação de 0,5 ponto percentual nos juros americanos na próxima decisão, que será tomada na quarta-feira da próxima semana, 22. 

Depois da crise no SVB, no entanto, as perspectivas agora apontam quase 80% de chance de alta de apenas 0,25 p.p, segundo ferramenta de monitoramento do CME Group. Os outros 20% esperam manutenção da taxa, algo que estava fora do radar antes do estouro da crise.

“Com a pressão do aumento de juros ameaçando causar estresse além do SVB, o Fed pode muito bem fazer uma pausa na trajetória de alta dos juros - se não em 22 de março, logo depois. E se mais bancos entrarem em problemas, os cortes nas taxas de juros podem não estar muito longe”, avaliaram, em relatório, os analistas da Gavekal Research.

A equipe do Goldman Sachs anunciou que também não espera uma alta na decisão da próxima semana. “À luz do estresse recente no sistema bancário, não esperamos mais que a próxima reunião do Fed entregue um aumento de taxas em 22 de março, com considerável incerteza sobre o caminho além de março.” Antes o banco prévia aumento de 25 pontos-base para a próxima reunião.

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O que aconteceu com o Silicon Valley Bank?

Na quarta-feira à noite, o SVB, banco financiador de startups no Vale do Silício, surpreendeu o mercado ao anunciar que pretendia levantar US$ 2,25 bilhões para equilibrar suas contas. O capital extra ajudaria a instituição a lidar com a queima de caixa acelerada de seus clientes em meio a um ambiente de juros altos.

O anúncio gerou pânico nos mercados e os clientes da instituição correram para sacar mais de U$ 40 bilhões de depósitos, gerando a maior crise no setor desde 2008.

A derrocada é outra consequência da campanha agressiva do Fed em subir juros para controlar a inflação. De um lado, os rápidos aumentos de juros forçam os bancos a pagar rendimentos maiores para reter depósitos. De outro, o aumento do rendimento dos títulos reduz o valor dos bonds mantidos nos balanços dos bancos, pressionando a sustentabilidade financeira das instituições.

Além disso, quando as taxas de juros sobem, as startups têm mais dificuldade em acessar financiamento com os empréstimos ficando mais caros. A combinação de fatores foi responsável pela corrida de resgates no SVB.

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